Anunciatinas em El Salvador

Na terra do Bispo Mártir, dom Oscar Arnulfo Romero, as Anunciatinas desenvolvem o apostolado com marcado cunho no campo da pastoral social, além da evangelização com os meios de comunicação.
Se de um lado El Salvador é o menor país da América Central, por outro, ele é aquele que apresenta a maior densidade demográfica da América Latina. Mas o que mais chama a nossa atenção neste pequeno país não está nos dados geográficos ou estatísticos, e sim nas chagas que a sua história nos apresenta. Considerando que é a única nação no mundo que traz o nome de Cristo – e o traz também em sua capital (San Salvador) e na elevação mais alta do país (Monte Cristo) – vem-me espontânea a pergunta: Será esta a razão para El Salvador ser um país torturado?
De fato, não lhe são poupadas as catástrofes naturais. Basta recordarmos o terrível terremoto de 1986, que destruiu grande parte da capital, e os dois mais recentes de janeiro e fevereiro de 2001, que deixaram mais de 800 mortos e centenas de famílias pobres desabrigadas.
No entanto, uma ferida mais grave se encontra no âmbito social. Desde 1932, quando um movimento de ordem nacional se levantou para clamar por uma vida mais justa e foi sufocado pelo exército do então Presidente General Hernández, as lutas internas são o cenário da história de El Salvador. Lembremos que de 1980 a 1992, o conflito entre um governo de extrema direita contra uma guerrilha de extrema esquerda deixou como saldo 75.000 vítimas, e ainda não nos esqueçamos de que ao apelo de paz do bispo Oscar Romero, responderam com a sua morte.
Em 1992, a paz finalmente assinada entre as partes beligerantes deu, sem dúvida, início a uma nova etapa da história salvadorenha, mas ainda se está longe de saciar os anseios do povo e de sanar suas feridas.
Um exemplo disso é a desigualdade na distribuição dos bens. Em 1999, a quinta parte mais rica da população ficou com 45% da renda nacional; enquanto que à quinta parte mais pobre, correspondeu apenas 5.6%. Em 2001, o dólar americano foi adotado como moeda oficial e, como consequência, os produtos ficaram mais caros. O salário, porém, não melhorou. Enfim, para a maior parte do povo salvadorenho, a situação não é fácil.
Muitos, buscando emprego e melhores condições de vida, abandonam a terra natal e emigram para os Estados Unidos – quase sempre de modo ilegal – ou para outros países como o Canadá, Honduras, Guatemala, ou mesmo para a Europa. No início de 2004, cerca de 3.1 milhões de salvadorenhos viviam fora de El Salvador.

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