Aprovação dos Institutos Paulinos

Pe. Alberione sabia muito bem que a legitimação do seu carisma passava pela Autoridade Eclesiástica, motivo pelo qual “apresentava ao Diretor Espiritual os projetos: corrigia, acrescentava, conforme o caso, e se fosse preciso (apresentava-os) também à Autoridade Eclesiástica, e punha mãos às iniciativas. Nem sempre o momento era maduro; mas o Senhor dava a conhecer as coisas, deixando os trabalhos ao seu servo, até os erros… a seguir intervinha para corrigir os erros e as falhas” (AD 47).

“Dupla obediência”
“Para maior tranquilidade e confiança ele deve dizer: que tanto o começo como o prosseguimento da Família Paulina, sempre procederam na dupla obediência: inspiração aos pés de Jesus eucarístico, confirmada pelo Diretor Espiritual; e ao mesmo tempo pela vontade explícita dos superiores eclesiásticos” (AD 29). E acrescentava: “estamos alicerçados sobre a Igreja e o vigário de Jesus Cristo e esta convicção inspira segurança, alegria e coragem” (AD 350).

A aprovação
Chega-se bem depressa à aprovação da Associação constituída pelos três Institutos: “Nossa Senhora da Anunciação”, “São Gabriel Arcanjo”, “Jesus Sacerdote”. Em 4 de março de 1960, Pe. Alberione envia à Sagrada Congregação para os Religiosos o pedido para a aprovação dos Institutos paulinos.
Em 8 de abril de 1960, num tempo muito breve, obtém o Decreto de aprovação dos três Institutos e do seu primeiro Estatuto por dez anos. A aprovação será renovada a 22 de junho de 1977, por mais um tempo de experiência. A definitiva é de 30 de março de 1990.

O Fundador “lê” o Estatuto
Aos sacerdotes paulinos da primeira hora, convocados para o curso de Exercícios espirituais de um mês em abril de 1960, Pe. Alberione apresenta esses Institutos como complemento da Família Paulina. Comunica-lhes: “Foi do agrado do Senhor que me encontrasse na condição de saúde e possibilidades de poder completar a Família Paulina com os três Institutos seculares… que estão dando bons passos: Aspirantes, Noviços e Professos” (UPS I, 375).
Ao apresentar um a um os três Institutos, repete que seus membros vivem “no mundo, para fazer o apostolado no mundo, com os meios do mundo” (ib. I, 15; cf. 19-20).
É nessa ocasião que Pe. Alberione pronuncia um dos seus textos verdadeiramente inspirados pelo Espírito sobre a vida consagrada, afirmando que “o cristianismo passará sempre pelo mundo como um paradoxo vivo, loucura para uns, escândalo para outros; para nós é verdade e realidade divina; tal revelação nos vem das oito bem-aventuranças anunciadas pelo Mestre Divino. Muito mais no estado religioso – que é o aperfeiçoamento da vida cristã – a prática integral do Evangelho, parece um paradoxo: sacrificar a própria vida para salvá-la; perder tudo para salvar tudo. E este é o ápice do paradoxo: a pobreza se torna riqueza; a abjeção, exaltação; a virgindade, maternidade; a escravidão, liberdade; o sacrifício, bem-aventurança; o serviço, apostolado; a morte, a vida. “Estais mortos e a vossa vida está escondida com Cristo em Deus” (Cl 3,3); “Fui crucificado com Cristo; e se vivo, já não sou eu que vivo, é Cristo que vive em mim” (Gl 2,20). A crucificação mística do religioso realizou-se com três pregos: pobreza, castidade e obediência. E esta, depois da missa e do martírio, é o ato mais elevado e meritório. Toda manhã na renovação do sacrifício de Jesus, fixo na mesma cruz o meu ser, renovando os três santos votos” (ib. I, 55).
Ele desce aos detalhes quanto à orientação sobre os passos a dar no discernimento e na formação dos que são chamados à vida consagrada na secularidade, ou seja, “que tenham já resolvido o problema da vida, e contem com um futuro econômico garantido, diante dos casos de doenças e na velhice. Não assumam velhos que já consumiram alhures suas melhores energias! Para as nossas atividades e batalhas são necessários recrutas saudáveis e virgens: de mente, de coração, de forças corporais e espirituais. Que tenham adorado somente um Deus! Há os agostinos? Sem dúvida, porém exceções; temos que contar com o comum. Mas se houver verdadeiros agostinos os acolhemos com muito carinho… Certamente é louvável o desejo de aumentar o número dos membros, e ao mesmo tempo é necessário que sejam guiados por um critério justo… O exercício da caridade neste sentido: a primeira caridade é feita ao Instituto, a segunda ao Aspirante… O Senhor nos dê a sua Sabedoria. Não se pretende que sejam sem defeitos! Todos os temos, e mais defeitos do que virtudes. Mas se deve exigir boa e eficaz vontade para a emenda e a perfeição” (ib. I, 89-91).

Aprovação do Instituto Santa Família
Em 19 de abril de 1982, o Superior geral da Pia Sociedade de São Paulo, Pe. Renato Perino (1920-1995), solicitava à Santa Sé que a Associação “Santa Família” fosse reconhecida como obra própria da mesma congregação e fosse aprovado o seu Estatuto. A aprovação foi concedida pela Congregação para os Religiosos em 19 de junho de 1982. No decreto de aprovação se lê que “Pe. Tiago Alberione, com o desejo de elevar o nível humano e espiritual das famílias cristãs e guiar e sustentar os cônjuges na sua santificação, em 1963 instituía a Associação “Santa Família”… Esta Sagrada Congregação… com o presente decreto, declara a Associação “Santa Família” como obra própria da Pia Sociedade de São Paulo e aprova o seu Estatuto”. A aprovação do Instituto foi renovada em 19 de março de 1993.

Pe. Ângelo De Simone, ssp.

Conheça os INSTITUTOS PAULINOS DE VIDA SECULAR CONSAGRADA:

Instituto Nossa Senhora da Anunciação (para moças)
Instituto São Gabriel Arcanjo (para rapazes)
Instituto Santa Família (para casais)
Instituto Jesus Sacerdote (para sacerdotes e bispos diocesanos)

Para informações, dirigir-se a: Delegado dos Institutos Paulinos – Via Raposo Tavares, km 18,5 – 05576-200 – São Paulo – SP
[email protected]
Visite o nosso site: http://www.paulinos.org.br/novo/institutos

da Redação

Leia também

Ver todos
  • Anunciatinas em El Salvador

    Na terra do Bispo Mártir, dom Oscar Arnulfo Romero, as Anunciatinas desenvolvem o apostolado com marcado cunho no campo da pastoral social, além da...

  • Em El Salvador, Cristo continua a sofrer

    Ninguém, me parece, ocupou-se de escrever a história das Anunciatinas em El Salvador. No próprio mundo paulino, muitos ignoram a sua presença e atividade...

  • Instituto Santa Família e a consagração

    Movido pelo desejo de promover o bem espiritual e a santificação das famílias cristãs, Pe. Alberione fundou em 1963 o Instituto Santa Família, para...