Institutos Paulinos: um futuro rico de esperança II

Os Institutos entre passado, presente e futuro
Os Institutos paulinos de vida secular consagrada na Família Paulina, na Igreja e na segunda metade do vigésimo século foram profecia, esperança e concretização de uma experiência de consagração, de apostolado e de comunhão, libertada da religiosidade demasiadamente institucionalizada e providencialmente aberta à valorização das realidades terrenas, à promoção humana e à evangelização, que fincam suas raízes no mistério da Encarnação.
Todos os que fazem parte destes Institutos, homens e mulheres, testemunham que a escolha de Deus é o ser humano e o mundo, para os quais “a Palavra junto de Deus”, ou melhor, “o Unigênito no seio do Pai” (Jo 1,1.18) “não considerou o ser igual a Deus como algo a que se apegar ciosamente, mas esvaziou-se a si mesmo, e assumiu a condição de servo, tomando a semelhança humana. E, achado em figura de homem, humilhou-se e foi obediente até a morte, e morte de cruz! Por isso Deus o sobre-exaltou grandemente e o agraciou com o Nome, que é sobre todo nome” (Fl 2,6-9).
Os Institutos colaboram na promoção da mensagem evangélica por meio do testemunho de vida cristã dos próprios membros, com a finalidade de integrar e completar, de forma essencial e capilar, sua dimensão doutrinal, nocional, dedutiva e por vezes desencarnada. Prioritária mais que tudo é a sustentação do anúncio que privilegia a antropologia e a fidelidade ao homem, que se tornam urgente fidelidade a Deus.
E tudo isso em conformidade com a Palavra revelada, com o magistério eclesial e com o carisma fundacional. “O homem é o primeiro caminho que a Igreja deve percorrer no cumprimento de sua missão – exortava João Paulo II – caminho traçado pelo próprio Cristo, caminho que imutavelmente passa pelo mistério da Encarnação e da Redenção” (RH 14).
A prioridade dos Institutos é, portanto, a atenção voltada para a pessoa, conforme a característica “personalista” especifica do carisma de Pe. Alberione, o qual referindo-se aos destinatários do apostolado paulino tinha apenas uma forte preocupação: “O homem todo, para um amor total a Deus”; e se perguntava: “Onde caminha, como caminha, em que direção caminha esta humanidade que se renova constantemente na face da terra?” (P 113).
Os paulinos de vida secular consagrada encontram-se, discutem, leem, comunicam, vivem, testemunham, unicamente em vista do mesmo fim: “Desde que o Cristo seja anunciado”; e poder “intervir nos momentos difíceis pelos quais a Igreja atravessa, levando o próprio auxílio de ação e oração” (P 85).
Isto se faz porque são seres humanos, cristãos, consagrados, paulinos antes ainda do que por uma especialização profissional, “gerando em Cristo por meio do evangelho” (1Cor 4,14-15). Tornam-se desse modo semelhantes ao apaixonado Convertido de Tarso, plenamente livre e digno de confiança por sua intacta humanidade, temperamento, inteligência, generosidade, ardor, ternura, sinceridade. É pela “sublimidade do conhecimento” de Cristo que ele está disposto a perder tudo “para ganhar Cristo, ser encontrado nele” (Fl 3,8-9), que se entregou a si mesmo pelo Apóstolo (cf. Gl 2,20). Como Paulo, pela vital experiência do Ressuscitado, reinterpretam, reelaboram, refundam o conteúdo de graça recebido unido com situações de vida e de cultura social e eclesial.
Parece-nos poder vislumbrar para os Institutos um futuro rico de presenças, projetos, novidades, contribuições e pensar para eles um futuro promissor, caracterizado por coragem, confiança, lucidez inovadora, realismo, fidelidade à Igreja, ao carisma de Pe. Alberione, a são Paulo, a este nosso inefável Deus e a esta nossa surpreendente humanidade, que anelam, não obstante tudo, unicamente a encontrar-se: Um, para doar-se, a outra para acolher.
Ter entranhas de compreensão e de acolhimento para todos os seres humanos: sem nenhuma distinção de raça, religião, idade, condição social, mas unicamente identificados como filhos amados do Pai e do Filho e do Espírito Santo.
Interessar-se pela pessoa toda, seja ela menor de idade (como sujeito extremamente receptivo), ou adulta (como sujeito testemunha do evento cristão): com a sua permanente necessidade existencial de alimento, saúde, trabalho, cultura, amor, liberdade, experiência de Deus, vida eterna.
Realizar-se em todos os âmbitos e contextos: família, sociedade, comunidade eclesial, atendendo, sem álibis e delegações, às urgências, com refinado espírito universal e ecumênico, e empenhar-se em testemunhar todos os conteúdos de valor, humanos e cristãos, passados, presentes e futuros, que promovam a pessoa como sujeito que acolhe a si mesmo, aos outros e a Deus.
Empenhar-se, de modo especifico no carisma da Encarnação, a partilhar no próprio contexto de vida a verdade humana, cristã e consagrada; adaptando-se à linguagem corriqueira do vizinho; a desmistificar o fenômeno massificador da fiction, calcando sobre o devido equilíbrio entre virtualidade e realidade; a formar para o senso crítico operadores e usuários de todos os meios de comunicação.
Hoje, imensos problemas assolam a humanidade, a qual interpela cientistas, políticos, economistas, pessoas de fé, que, porém, às vezes se consideram como se fossem “pai-eternos”. Justamente porque os problemas são enormes, a solução exige realismo, senso da proporção, humildade, além de competência e profissionalismo.
A cartada certa dos paulinos de vida secular consagrada no enfrentar a realidade está no seu abandonar-se em Deus, porque é assim que eles fazem bem a sua parte na sociedade e na Igreja. Não se trata de preguiça, de abandonar a tarefa, mas da atitude de quem fez tudo para depois considerar-se, conforme o evangelho, “servo inútil” (cf. Lc 17,10).
Eles são como a pequena ponte entre as pessoas violentadas neste mundo – onde dinheiro e poder são os donos – e Deus, cuja liberalidade e dom são unicamente para a pessoa, seja ela vítima ou algoz que “se esconde” na sua presença (cf. Gn 3,10). São passagem para aquele Deus que escolheu com quem quer permanecer, que procura a ovelha desgarrada, carrega-a sobre os ombros e a coloca no caminho da Vida (cf. Lc 15,1-10).
Penso que o Fundador espere deles uma “transfiguração” muito corajosa que os induza a “ajoelhar-se” diante do outro para lavar-lhe os pés e anunciar-lhe que o primeiro a realizar aquele gesto para cada um foi nosso Senhor.

Pe. Ângelo De Simone, ssp.
Conheça os INSTITUTOS PAULINOS DE VIDA SECULAR CONSAGRADA:
Instituto Nossa Senhora da Anunciação (para moças)
Instituto São Gabriel Arcanjo (para rapazes)
Instituto Santa Família (para casais)
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