Os Institutos Paulinos: Sal, Luz e Fermento na Sociedade

Na “Igreja-comunhão”, o Espírito Santo e os homens que Deus ama harmonizam carismas e ministérios, no intuito de superar o binômio clérigos-leigos; valorizar o “laicato católico” sob qualquer perfil; esclarecer a colaboração da mulher na Igreja.
No “povo de Deus” se distinguem, portanto, os “fiéis cristãos leigos”, entre os quais alguns, “seguindo Cristo mais de perto pela ação do Espírito Santo, se doam totalmente a Deus amado sobre todas as coisas” (CDC cân. 573 § 1), professando os conselhos evangelhos com votos públicos, perpétuos ou temporários, numa comunidade de um “instituto religioso” juridicamente autônomo ou permanecendo no mundo, na fraternidade de um “instituto secular”, que tem um governo autônomo, mas que não obriga à vida em comunidade.

Uma grande Família
Como na Parábola do Semeador a boa semente cai nos lugares mais improdutivos e na terra boa (cf. Mt 13,1-9), assim o Espírito de Deus a semeava, no início do século XX, na fecunda terra da mente e do coração do jovem Tiago Alberione (1884-1971)3, o qual pelo mesmo Espírito viria a ser apóstolo da evangelização multimidial, e levado a fundar as Instituições que formam a Família Paulina.
Esta sua grande obra já tinha sido prefigurada e descrita no longínquo 1918, quando ele, falando a um grupinho dos seus primeiros jovens, inspirado pelo Espírito lhes dizia: “ergam os olhos, observem no alto uma grande árvore, cuja fronde não se vê: esta é a nossa Casa, que é de fato um “alberone” (árvore grande); vocês estão apenas nas raízes. A Casa atual, de fato, é somente a raiz desta grandíssima árvore. Vocês estão aos pés de uma grande montanha, subam-na, mirem o horizonte, é o mundo todo”.
No início dos anos 50 do século XX, Pe. Alberione iniciava os Institutos paulinos de vida secular consagrada, que não obrigam à vida de comunidade, e não têm autonomia diretiva, porque desejados e aprovados como “obra própria” da Pia Sociedade de São Paulo, a qual é na Família Paulina a primeira congregação fundada por ele.
Pe. Alberione, em diversos tempos e lugares, comunicava à viva voz e por escrito aos que aderiam a esses Institutos, que eles são cristãos sem nenhum distintivo religioso, vivem na família, trabalham nas escolas, nos escritórios, nas fábricas e dão seu testemunho cristão no seio dessas instituições. Mas são consagrados a Deus mediante a profissão dos conselhos evangélicos e se dedicam ao apostolado no mundo e com os meios do mundo.
A Pia Sociedade de São Paulo, que é como a mãe das várias Instituições que formam a Família Paulina, oferece-lhes o espírito paulino, o calor e a luz que vêm dos sacerdotes paulinos, que aqui têm um grande e delicado ministério: dar Jesus Cristo ao mundo, de modo completo, como ele se definiu: “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida” (Jo 14,6).
Fazem parte destes Institutos aqueles que visam principalmente à santificação pessoal e ao apostolado no seguimento de Cristo, vivendo os conselhos evangélicos com a profissão pública dos votos de castidade, pobreza e obediência, embora permanecendo na família e no campo específico da própria profissão e ministério. Dedicam-se à evangelização como “sal”, “luz” e “fermento” no âmbito da profissão e das atividades no mundo. A consagração deles é alimentada diariamente com a Celebração eucarística, a Liturgia das Horas e a Adoração eucarística.
Para todos os aspirantes, os postulantes, os noviços e os consagrados dos respectivos Institutos organizam-se Exercícios Espirituais anuais e Retiros mensais.
Em 28 de junho de 1969, Pe. Alberione, já no final da sua existência terrena, encontra-se em audiência com o Papa Paulo VI (1897-1978), e está acompanhado por um bom grupo de representantes da Família Paulina. Naquela ocasião o Papa Montini confere ao Fundador a Cruz “Pro Ecclesia et Pontífice”. O Papa assim se expressa: “Ei-lo humilde, silencioso, incansável, sempre recolhido em seus pensamentos, que correm da oração à ação, sempre atento para perscrutar os sinais dos tempos. O nosso Padre Alberione deu à Igreja novos instrumentos para se exprimir, novos meios para dar vigor e amplitude ao seu apostolado […]. Permita que o Papa, em nome de toda a Igreja, expresse a sua gratidão”.
Dois anos depois, no entardecer de 26 de novembro de 1971, Paulo VI faz uma visita particular ao Pe. Alberione moribundo. Às 18:26h do mesmo dia o amado Pai conclui a sua existência terrena. As últimas palavras deixadas como testamento espiritual aos seus filhos e filhas espirituais são um convite à esperança: “Morro… rezo por todos, paraíso!”. Em 27 de abril de 2003 o Papa João Paulo II o declara Bem-aventurado.
A Família Paulina o recorda como pessoa e santo de extraordinário equilíbrio entre escondimento e abertura, intuição e laboriosidade, atividade e oração, cálculo e risco, tradição e futuro.

Pe. Ângelo De Simone, ssp.

Conheça os INSTITUTOS PAULINOS DE VIDA SECULAR CONSAGRADA:

Instituto Nossa Senhora da Anunciação (para moças)
Instituto São Gabriel Arcanjo (para moços)
Instituto Santa Família (para casais)
Instituto Jesus Sacerdote (para sacerdotes e bispos diocesanos)
Para informações, dirigir-se a:
Delegado dos Institutos Paulinos – Via Raposo Tavares, km 18,5 – 05576-200 – São Paulo – SP
[email protected]
Visite o nosso site: http://www.paulinos.org.br/novo/institutos.html

da Redação

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