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15/09/2020

As mães sofrem porque amam… (Memória liturgia de N. Sr.ª das Dores)

Por Vocacionado Rafael Teruel Coelho

Celebração das Sete Dores de Maria em Aparecida (SP)

O Compêndio do Vaticano II encerra – como em um relicário – constituições, decretos e declarações que são frutos do segundo Concílio Ecumênico vivenciado pela Igreja. Diversas das páginas desses documentos, referindo-se à Santíssima Virgem, apresentam-na como a Mãe de Deus e do Redentor, como a Mãe dos homens, como a sempre virgem e, dentre outras referências, como aquela que sofreu ao lado de Jesus. Esta última característica mariana, merecedora de nossa atenção neste breve comentário, foi escolhida para nos ajudar a refletir sobre Maria, a mãe das dores, cuja memória litúrgica hoje celebramos.
A constituição dogmática Lumen Gentium, em seu capítulo oitavo, recorda-nos a profecia de Simeão: “quando [Maria], depois de oferecido o óbolo dos pobres, apresentou-O no templo ao Senhor, ouviu a Simeão prenunciando simultaneamente que o Filho seria um futuro sinal de contradição e uma espada perpassaria a alma da mãe” (LG, 146). O modesto Simeão anteviu as adversidades que Maria deveria enfrentar. A metáfora da espada que transpassaria sua alma é, e nós o sabemos, reveladora das agruras futuras da Virgem das virgens. Não se trata de uma dor física, mas de um sofrimento que é fruto do amor – e amor de mãe -, pois as mães sofrem porque amam…
A menina de Nazaré é tornada, por desígnio divino, na tarde escura da cruz, a “Senhora das lágrimas”, a “Mãe da Soledade”, a “Virgem das Dores”. Maria experimenta igual e simultaneamente a dor da injustiça, da calúnia, da tortura e da morte.

A violência da cruz afeta o coração de Maria, um coração frágil de mãe e mulher… A Virgem da Galileia jamais possuiu poderes extraordinários, de modo que nunca deixaria de sofrer as agruras humanas: Maria era criatura divina, muito embora de todas a maior. A dor do Filho era, de igual modo, o sofrimento da mãe; o sangue do redentor estava, aos pés da cruz, misturado e confundido com as lágrimas da Senhora. Sangue e lágrimas, paixão e doação: eis a vida da santíssima Virgem.
Nesta memória litúrgica de Nossa Senhora das Dores, lembremo-nos e invoquemos as bençãos de Deus às mães que sofrem, sobretudo quando sofrem por amor. Que Maria de Nazaré as acalente, guardando-as na palma das mãos, protegendo-as com o seu sagrado manto. O Senhor jamais desampara, e Maria é a prova disso, aqueles que choram por amor. Que as dificuldades do tempo presente tornem-se luz para iluminar o caminho rumo à eternidade feliz!
Senhora das Dores, olhai por todos nós!

JOVEM, VENHA SER PADRE OU IRMÃO PAULINO

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