Blog

10/01/2021

Batismo do Senhor – Reflexão

Por Pe. Antonio Iraildo Alves de Brito, ssp

O CÉU SE ABRIU

Santo Ambrósio de Milão dizia que o batismo é um desígnio de Deus e que nesse desígnio só há graça. O batismo, portanto, é a vontade divina de nos fazer plenamente felizes, santos. Não por nosso merecimento, mas porque o Senhor, na sua infinita misericórdia, permite que mergulhemos no mistério profundo do amor.

Simbolicamente, ser batizado é a entrada na Terra Prometida. Olhando pelo retrovisor da história da salvação, somos o “resto” do povo salvo pelas “águas do dilúvio”. Somos o povo que passou a pé enxuto pelo mar Vermelho. Atravessamos também as águas do Jordão. Ali, tomamos posse da Terra da Promessa. Isto é, entramos na Igreja.

O batismo de conversão, realizado por João no Jordão, recorda justamente a libertação do povo. O pecado é o peso da opressão que o povo carrega. Jesus une-se ao rito de conversão porque é solidário à humanidade sofredora.

O céu aberto revela a intimidade de Jesus com o Pai. O Senhor rasga o céu para instaurar o Reino. O Espírito que desce é a força amorosa e transformadora. Essa força renova o mundo. É um sopro sereno, não um vendaval. A pomba, por sua vez, evoca a ideia da ave mensageira, surgida após a devastação do dilúvio. Ela é a comunicação do divino com o humano. Ali o plano original de Deus é restabelecido. A voz do céu é Deus se derramando de amor. Essa mesma voz ecoará no grande grito, naquele dia, no alto da cruz. Verdadeiramente, Jesus é Filho de Deus. Nele está todo o bem-querer, a alegria, a realização do Pai. Em Jesus acontece aquilo que agrada a Deus.

O mesmo Espírito que desceu sobre Jesus desce sobre nós, batizados. Nossa missão é viver e fazer o que ele fez. Jesus só fez o bem. Por meio dele, o céu está aberto para nós.

O DOMINGO E LITURGIA DIÁRIA, PAULUS, 10.01.2021

,