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27/02/2022

Do coração é que vêm as coisas boas e ruins

Por Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp

O que as pessoas andam conversando por aí? Quais assuntos predominam nas redes sociais? Como são os bate-papos nos bares, nos shoppings, nas reuniões de amigos? Com certeza, fala-se ou se discute sobre desemprego, saúde, pandemia, futebol, política, compras, desavenças familiares e outros temas. Sem consultar pesquisas a esse respeito e sem emitir juízos radicais, ousamos dizer que muitas de nossas palavras são vazias, superficiais ou mesmo ofensivas.

É possível que Jesus, no seu tempo, notasse que os discípulos do Reino perdiam tempo falando de coisas banais, sem proveito para si e para os outros. Por isso, ele propõe mudar o rumo da prosa, convidando todos a dar um salto de qualidade. Ou seja, sairmos da superfície para atingir o mais profundo de nós mesmos. De que modo? Mediante o exame de consciência, para sondar se estamos produzindo pensamentos bons ou ruins; se alimentamos ideias construtivas ou, ao contrário, se estamos tramando a maldade. Jesus ensinava que “é de dentro do coração das pessoas que saem as más intenções…” (Mc 7,21). Ora, tudo o que é elaborado dentro de nós vem à tona e se manifesta por palavras e atitudes. Bem dizia Jesus: “A boca fala do que o coração está cheio”.

Por isso, o Mestre nos propõe um mergulho em nosso íntimo, a fim de sabermos o que aí se passa, o que pensamos. Pois dos pensamentos brotam os sentimentos, e agimos de acordo com o que sentimos. Se o coração produz bondade, nossas palavras serão benfazejas, carregadas de esperança e otimismo. Se nos alimentamos das Sagradas Escrituras, aos poucos nos transformamos em pessoas de luz, repletas do amor de Deus. Assim, com base em nossa comunicação com o Senhor, sairemos mais capacitados para orientar quem está perdido no caminho da fé; teremos condições de aliviar a dor alheia; compreenderemos melhor as contrariedades da vida e não permitiremos que se ofenda a Deus, como se ele fosse o culpado das tragédias que acontecem no mundo.

É nesse nível, isto é, no mais profundo de nós mesmos, que se encontra nossa “central de abastecimento”. É daí que extraímos luzes e fortaleza para prosseguir nosso caminho, com serenidade e segurança.