Blog

11/08/2020

Irmãs Apostolinas: um carisma que cuida das vocações

Por Irmãs  Apostolinas do Brasil*

O nascer de uma congregação religiosa acontece pela ação do Espírito. Os primeiros sinais e passos para a fundação das irmãs Apostolinas, surgiram do caráter atento de Padre Tiago Alberione, em perceber as necessidades e preocupações frente à realidade a qual toda Igreja e a sociedade estavam passando. Mas, também de sua capacidade em saber interpretar o falar de Deus por meio do Espírito.

No período, da década de 1950, a Igreja estava passando por várias transformações. Era muito forte o pipocar de novas reflexões e práticas pastorais que desembocariam no Concílio Vaticano II, mas também começava um grande período de crise vocacional, seja no tocante as pessoas como também de uma prática e reflexão vocacional. O mundo, como um todo, passava por rápidas transformações sociais, econômicas, tecnológicas, culturais e midiáticas.

O olhar preocupado desse homem repousava, sobretudo, nos jovens. Como ele mesmo dizia: “O problema do futuro é o problema de todo jovem…”, por isso, é “preciso fazer compreender aos jovens que, se é importante saber escolher e adivinhar bem a própria carreira, a própria tarefa, é muito mais importante a escolha do próprio estado de vida”, ou seja, a própria vocação.

Por isso, ele era bem convencido de que seria: “… uma bela caridade ajudar aos jovens a se perguntarem: ‘E tu, o que farás?”’.

Neste contexto, nascia assim a Congregação das irmãs Apostolinas: mulheres consagradas, chamadas a doar a vida por todas as vocações, isto é, chamadas a “gastar” tempo, entusiasmo, forças, criatividade para anunciar a boa notícia da vocação, para despertar a consciência que cada pessoa é amada e chamada por Deus.

O caminho de resposta a esSe chamado vai se dando no decorrer da vida à medida que descobrimos nossos dons e talentos e os colocamos a serviço dos outros: seja no trabalho, no compromisso eclesial e social e consequentemente por meio de uma escolha vocacional especifica. É importante saber que a nossa resposta, ao chamado de Deus, está ligada não só ao nosso bem, mas também ao de muitas outras pessoas.

Nesse caminho de resposta, que se expressa na vida consagrada, sacerdotal, matrimonial, missionária e nos vários ministérios, a referência é Jesus, que nos dá o exemplo de amor e serviço.

O nosso carisma nos convida a nos colocarmos de forma especial ao lado dos jovens que, de modo particular vivem a busca do verdadeiro sentido para as suas vidas, para ajudá-los a discernir a própria vocação e assim viver a vontade de Deus.

Nossa missão se traduz em diversas iniciativas: orientação espiritual, encontros vocacionais, retiros, formação para catequistas e animadores vocacionais e tudo aquilo que a criatividade do Espírito nos sugere no serviço de animação vocacional.

A vivência desta missão vocacional nos leva a dizer que é bom acompanhar os jovens (e as pessoas em geral) a encontrar-se com o Deus que chama. Ajudá-los a relacionar-se com Ele não como juiz, ou cobrador, mas como um Pai terno e providente, que ama e cuida de cada um do jeito que é, desejando que se torne uma pessoa cada vez mais feliz e aberta aos outros.

Neste sentido, é importante ajudar a construir uma relação pessoal com Jesus; ele que é o Caminho a Verdade e a Vida, sempre anda ao lado de cada pessoa apontando a direção certa, aquela do amor, a única direção que preenche de sentido as nossas escolhas e nos permite  saborear a vida verdadeira. “Ninguém tem amor maior do que alguém que dá a vida pelos amigos” (João 15,13).

É muito bom ver como tudo pode mudar ao perceber que ninguém está neste mundo por acaso, a vida é uma oportunidade preciosa e nunca estamos sozinhos. Deus não está longe da nossa vida, ele faz parte dela. Por meio do Espírito Santo mora em cada um e quer nos orientar à alegria e plenitude. Ao mesmo tempo, Ele nos dá a liberdade de tomar outros rumos. Vocação é isso, antes de tudo, deixar-se guiar pelo Espírito Santo, assumir a lógica do Evangelho e aceitar a perspectiva de “tocar a quatro mãos” com Deus.

Esta é a nossa missão como irmãs Apostolinas. Anunciar a boa notícia da vida como vocação, isto é, diálogo entre Deus que chama e a pessoa que, na liberdade, dá a sua resposta.

As palavras de padre Alberione continuam sendo um incentivo e impulso diário para nós: “É necessário consumir a vida e oferecê-la pelas vocações”.

*contato:

[email protected]

11 985340152