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14/06/2020

11º Domingo do Tempo Comum

Jesus, o missionário do Pai

A liturgia deste domingo é profundamente marcada pelos sinais do Reino de Deus e pelo chamado dos discípulos que integram a equipe missionária de Jesus. Os sinais presentes nas ações do Mestre revelam nitidamente o rosto do Pai misericordioso e compassivo. No exercício de sua missão, andando por cidades e aldeias, falando das coisas do Pai, Jesus depara com multidões cansadas e abatidas como ovelhas sem pastor.

O Deus amoroso, que guia e orienta a missão de seu Filho, fez que ele direcionasse a esse povo um olhar de compaixão. A compaixão é uma virtude divina que nos leva a sentir a dor do outro. Esta, por sua vez, suscita sempre gestos generosos e concretos de serviço em favor dos sofredores e despossuídos.

Diante de multidões que são como “ovelhas sem pastor”, Jesus percebe que a missão de liderar e acompanhar o povo nas suas necessidades requer a colaboração de muitas pessoas: “A messe é grande, mas os trabalhadores são poucos. Pedi ao dono da messe que envie trabalhadores para a sua vinha” (Mt 9,37). Jesus, então, organiza sua equipe missionária, chamando os doze e dando-lhes a capacidade de fazer as mesmas coisas que ele fez: expulsar os espíritos maus e curar todo tipo de enfermidade.

Por meio de suas recomendações, Jesus mostra que a missão de anunciar o Reino se traduz na justiça do Pai, que quer a liberdade, e não a alienação, a exploração e a manipulação dos seus filhos e filhas. Embora os discípulos pertençam a uma equipe formada por pessoas bem distintas, cabe-lhes – com base nos dons de cada um – dar continuidade ao projeto de Jesus. Como prioridade, é preciso seguir o caminho do Mestre, indo primeiramente aos lugares mais necessitados, onde estão as ovelhas mais desamparadas.

As Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil, 2019-2023, motivadas pela Igreja em saída proposta pelo papa Francisco e pelas transformações do mundo contemporâneo, exigem dos discípulos do nosso tempo profunda renovação das forças missionárias, para que sejam acompanhadas das mesmas recomendações de Jesus. Sejamos, portanto, a exemplo dele, missionários da compaixão e, movidos por esse ideal, ofereçamos palavras e gestos de esperança a todos os desamparados.

Pe. Roni Hernandes, ssp