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04/11/2020

Método de Leitura Orante do Paulino

Por Felipe Borges, Seminarista Paulino

 

O Padre Alberione, fundador da Família Paulina, assim dizia: “É necessário um tempo para ler e assimilar a Palavra de Deus. Não é talvez necessário dar ao nosso corpo um tempo prolongado de repouso? Ora, nós tomamos este tempo… ‘não tenho tempo, não tenho tempo’. Mas será uma desculpa válida? É preciso, no entanto, saber encontrar o tempo; é necessário impor a si uma regra de vida. Como temos horas regulares para o alimento, o trabalho, o descanso, devemos também ter uma hora fixa para a leitura da Bíblia”. O Paulino tem um método próprio de meditação da Palavra de Deus para que possa dela nutrir-se abundantemente.

As origens desse método remete-se já em São Bento quando projeta para seus monges como momento fundamental a lectio divina. Ele a imaginava assim estruturada: lectio (leitura e interiorização da Palavra), meditatio (assimilação e confronto com a Palavra), oratio (oração). A originalidade do Padre Alberione está em retornar fortemente a Palavra de Deus como método de vida espiritual, inspirado no trinômio: “Caminho, Verdade e Vida” (Cf. Jo 14,6).

Por isso assim segue o método de leitura orante do Paulino:

“a) Jesus Verdade: leitura ou escuta da Palavra: interiorização da Palavra. A mente se exercita em acolher, não somente o sentido da Palavra; por isso, não é oportuno ler muito, mas repetir com frequência o que foi lido, sobretudo se forem encontrada expressões que nosso íntimo percebe carregadas de significado.

  1. b) Jesus Caminho: assimilação da Palavra e confronto com ela. É preciso confrontar o nosso comportamento, o nosso estilo de vida, o nosso modo de pensar, querer e fazer, com a Palavra, para determinar em nós mudanças de mentalidade e de comportamento.
  2. c) Jesus Vida: rezar a Palavra. O texto lido deve inspirar a nossa oração. Portanto, mais do que recitar orações, é oportuno ‘rezar a palavra’, o que significa que a própria Palavra pode tornar-se oração em nossos lábios ou pode inspirar a nossa oração. É preciso habituar-se com a oração espontânea pessoal: é a mais eficaz porque nos induz a acolher aquilo que o Espírito diz em nossos corações.”*

Diz o bem-aventurado Tiago Alberione: “a meditação é um grave empenho para todo religioso: ela não poderia ser descuidada sem imediato risco de anemia espiritual”. O contato constante e a vivência da Palavra de Deus são setas de santificação na jornada do Paulino rumo à eterna bem-aventurança.

O Papa Benxto XVI na exortação apostólica Verbum Domini diz que “as mulheres e os homens contemplativos, com a sua vida de oração, de escuta e meditação da Palavra de Deus lembram-nos que não só de pão vive o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus (cf. Mt 4, 4)”. Assim “A Palavra de Deus torna-nos atentos à história e a tudo o que de novo germina nela” (VD, 105), dando a Vida Consagrada originalidade na Palavra e atualização a partir da mesma. O Método Paulino em comunhão com toda Igreja é convite eficaz a nova evangelização e transmissão constante a comunicação do Reino de Deus por meio de valores espirituais e humanos.

*Catequese Paulina, p. 331