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17/05/2020

Uma comunidade de amor

Por Pe. Nilo Luza,ssp

6º DOMINGO DA PÁSCOA

O evangelho de hoje faz parte do “discurso de despedida de Jesus”, proferido antes de ser entregue e condenado. É um discurso de esperança para seus discípulos, que estão ao redor dele na última ceia: “Não vos deixarei órfãos”. Procura orientá-los para o tempo em que já não estiver fisicamente com eles.

“Quem me ama será amado pelo meu Pai, e eu o amarei” – assim termina o evangelho deste domingo. Mediante o amor, formamos comunhão de vida com Jesus, com o Pai e com a comunidade. O critério que nos mostra se amamos Jesus é a vivência do seu mandamento. A quem o ama, Jesus promete o “Defensor”. A preocupação do Mestre é não nos abandonar à própria sorte. Ele parte, mas nos garante a vinda do Espírito.

Mais um pouco e Jesus já não será visto no mundo, mas seus seguidores o verão, porque ele viverá neles se guardarem suas palavras. Mediante essas palavras, o evangelista nos traz nova imagem de Deus: não alheio à humanidade e acessível apenas por mediações, mas solidário, vivendo em nós e conosco. A comunidade cristã e cada um de seus membros se tornam habitação da divindade; o ser humano é o santuário vivo do Espírito. Deus já não é alguém distante, mas um Pai próximo da humanidade, a ponto de estabelecer morada com ela. Buscar a Deus é deixar-se encontrar por ele.

O evangelho inicia-se e termina com a menção a “amar a Jesus”. Amá-lo significa abraçar seu projeto de vida. O amor é a característica fundamental dos cristãos. Sem o autêntico amor, capaz de doação, não haverá verdadeiros cristãos.

O Espírito prometido por Jesus é o mesmo que o animou ao longo da vida e lhe deu força para levar em frente a missão que o Pai lhe confiou. É esse Espírito que anima as nossas comunidades a assumir, com otimismo e coragem, a missão de serem fiéis seguidoras do Mestre. É o “Espírito da Verdade”, que se opõe ao espírito da mentira e da enganação. O Espírito da Verdade abre nossos olhos para a realidade que nos confronta. A verdade do evangelho não pode nos deixar indiferentes à miséria que se alastra. Não nos é permitido ser partícipes da cultura da indiferença!

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