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24/05/2020

Ascensão do Senhor Jesus

Celebramos, neste dia, a solenidade da Ascensão do Senhor, sua partida para a casa do Pai. A ascensão ao céu conclui a atividade terrena de Jesus, porém sua despedida não significa distanciamento da comunidade, porque ele permanece no meio de nós como o Deus-conosco. Seu projeto de vida continuará na comunidade por meio daqueles que ouvirem e puserem em prática seus ensinamentos. O mesmo Espírito que conduziu Jesus no exercício pleno de sua missão também conduzirá os discípulos e discípulas, para que tenham êxito nesse mesmo caminho.

Eles, com a força do Espírito Santo, são chamados a se tornarem testemunhas do Ressuscitado. Tal tarefa não é fácil, mas bastante exigente; para executá-la com fidelidade, será necessário descruzar os braços e encarar, de cabeça erguida, os campos difíceis da missão. Por esse motivo, o programa missionário dos discípulos deve começar na Galileia, no meio de pessoas marginalizadas e exploradas. Trata-se de um povo que aguarda ansiosamente por uma palavra carregada de esperança, amor, paz e justiça. Foi na Galileia que Jesus iniciou a sua missão portadora de vida nova. É para lá que os continuadores de sua obra devem se dirigir.

O Mestre da justiça, o Emanuel, o Deus-conosco, utiliza-se da sua autoridade para enviá-los (vv. 19-20). Esse envio mostra que o reino de Deus foi entregue a um novo povo, cujo compromisso será fazer de todas as pessoas discípulos de Jesus. A missão que o Senhor confia aos seus seguidores comporta duas dimensões essenciais para a caminhada cristã: o ensinamento da Palavra de Deus e o batismo. Os cristãos devem aprender a pô-las em prática para que, assim como o Mestre, também saibam evangelizar com autoridade.

A solenidade da Ascensão confirma, portanto, a realidade de uma Igreja iluminada pelo Espírito Santo e profundamente missionária. O mandato que os discípulos receberam de levar aos confins da terra os ensinamentos de Jesus expressa nitidamente o modelo de “Igreja em saída”, proposto pelo papa Francisco: “Trata-se de uma Igreja que é missionária, que toma a iniciativa de ir à frente, sem medo, para procurar os afastados e convidar os excluídos” (EG 24).

No final do evangelho, Jesus deixa uma palavra de esperança (v. 20). Ele promete ficar para sempre com os discípulos, e essa confirmação expressa a convicção de que o Ressuscitado continuará presente na comunidade. Que as palavras do Senhor reacendam em nosso coração o desejo de permanecermos firmes na missão, testemunhando a todos a alegre notícia do evangelho.

 

Pe. Roni Hernandes, ssp

Redator do Periódico: O Domingo – “Celebração da Palavra de Deus”

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