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05/06/2020

O que significa evangelizar com os meios de comunicação social? (1ª parte)

Consideremos a afirmação do bispo Von Ketteler: “Se são Paulo voltasse hoje, seria jornalista”. Nada mais provável. Eventualmente seria um jornalista ligado à rádio e a televisão. Mas, mesmo como simples perito na arte imprensa, ele teria de se haver com os processos tecnológicos e as exigências industriais sem as quais não é possível, hoje, difundir mensagens que cheguem às massas.

Padre Alberione teve de confrontar-se concretamente com estas exigências e estes processos industriais, partindo do princípio, ou seja,  dos caracteres tipográficos de chumbo e das humildes impressoras a pedal, até as mais evoluídas máquinas de imprimir, completamente automáticas e com sistemas eletrônicos.

Fazer apostolado a este nível comporta uma série de processos organizativos e econômicos de notável complexidade, que é oportuno recapitular brevemente, para compreendermos a coragem, a fé, o heroísmo em enfrentar os riscos, que ampararam o pequeno padre piemontês.

O processo de produção editorial pode ser assim definido: Nas condições atuais, para que a Palavra de Deus possa chegar às pessoas, é preciso multiplica-la servindo-se das máquinas oferecidas pela tecnologia moderna. Por isso, advertia Pe. Alberione, “o nosso apostolado tem uma  parte material que se assemelha à indústria e ao comércio; mas não é uma coisa nem outra, e no entanto exige a mesma diligência, prudência e justiça da primeira e do segundo”.

Consequentemente, “as máquinas e os outros meios de apostolado devem ser os melhores que os progressos da técnica oferece”. E isto porque “a máquina (de impressão), o microfone, a tela de cinema são nosso púlpito; a tipografia, a sala de projeção, de transmissão, são como nossa igreja”.

Equipamentos deste gênero exigem meios econômicos ingentes: esta é a cruz do apostolado paulino. Por isso, Pe. Alberione exigia “uma administração correta e atualizada”, a qual se é necessária em qualquer tipo de atividade, é indispensável no campo da comunicação, dado o alto custo dos equipamentos e da sua gestão.

Ao processo industrial é preciso acrescentar depois o comercial para difusão dos produtos; e este segundo pode enunciar-se assim: Não basta produzir e multiplicar os produtos: estes devem chegar ao consumidor (leitor, espectador, ouvinte etc.). O produto que serve de veículo à Palavra de Deus – em forma de livro, jornal, revista, filme, disco, programa de rádio, televisão, publicação na Internet – chega ao destinatário através dos canais ordinários de difusão: pontos de venda, agências, ofertas a domicílio, publicidade etc. Se a mensagem evangélica não é difundida por estes canais não alcança de fato os destinatários e por conseguinte, permanece ineficaz.

O processo industrial e comercial comportam, por seu lado, algumas exigências irrenunciáveis. Entre muitas cito uma profissionalização e organização.

(A continuação do artigo sairá no mês de Julho)

Extraído do livro: Padre Alberione, Comunicador do Evangelho, Família Paulina 2003, p. 35-37

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