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21/01/2022

Convertei-nos, ó São Paulo Apóstolo

Por Felipe Borges, Seminarista Paulino

Conversione di San Paolo

“Bendigo-vos ó Jesus, pela grande misericórdia que concedestes a São Paulo, transformando-o de cruel perseguidor em ardoroso apóstolo da Igreja” (Livro de Orações da Família Paulina, p. 135). As palavras do primeiro ponto da Coroazinha de São Paulo Apóstolo –rezadas pelos membros da Família Paulina, com espírito de volta às fontes e de comunhão, especialmente na primeira segunda-feira de cada mês – nos fazem mergulhar com grande profundidade na festa litúrgica anual celebrada por toda a Igreja no dia 25 de janeiro: festa da Conversão de São Paulo. Ocorre a mudança de perspectiva, horizonte, pensamentos, afetos e projetos daquele que antes via Jesus de Nazaré e seus seguidores como inimigos e passa a vê-los como irmãos – como o Divino Mestre já havia ensinado: “vós sois todos irmãos” (Mt 23,8).

A oração de abertura desta mensagem nos faz rezar suplicando também para nós a configuração a Jesus Cristo. O apóstolo Paulo, em muitas passagens de suas cartas, oferece pistas nesse sentido, não só com palavras, mas, sobretudo, com a própria vida. Este trecho da Carta aos Romanos, por exemplo, é um belo projeto de vida e conversão cotidiana para nos assemelharmos ao Mestre da vida, como São Paulo fez e hoje nos estimula pelos seus escritos:

Que o amor de vocês seja sem hipocrisia: detestem o mal e apeguem-se ao bem; no amor fraterno, sejam carinhosos uns com os outros, rivalizando na mútua estima. Quanto ao zelo, não sejam preguiçosos; sejam fervorosos de espírito, servindo ao Senhor. Sejam alegres na esperança, pacientes na tribulação e perseverantes na oração. Sejam solidários com os cristãos em suas necessidades e se aperfeiçoem na prática da hospitalidade.

Abençoem os que perseguem vocês; abençoem e não amaldiçoem.  Alegrem-se com os que se alegram, e chorem com os que choram. Vivam em harmonia uns com os outros. Não se deixem levar pela mania de grandeza, mas se afeiçoem às coisas modestas. Não se considerem sábios. Não paguem a ninguém o mal com o mal; a preocupação de vocês seja fazer o bem a todos os homens.  Se for possível, no que depende de vocês, vivam em paz com todos (Rm 12,9-18).

Como ensinou o bem-aventurado Tiago Alberione, a santidade para São Paulo engloba toda a vida, todo o homem, todo  o ser: “O Santo não é um homem diminuído, uma meia consciência, que não sabe assumir a parte que lhe compete na vida, a santidade é maturidade plena do homem, o homem perfeito: ‘in virum perfectum’ (até o homem perfeito)” (CISP 135). Assim cresçamos no amor, fazendo o bem a todos, fazendo de nossa vida uma verdadeira conversão, como tão bem nos mostra o Papa Francisco: “Como são Paulo, e como os fiéis aos quais ele escreve, também nós não podemos deixar de anunciar o amor misericordioso que nos conquistou e nos transformou. Enquanto estamos a caminho rumo à plena comunhão entre nós” (Homilia, Basílica de São Paulo Extramuros, 25.01.2016).

São Paulo Apóstolo, convertei-nos em imitadores de Jesus, para que como vós fostes sejamos também seus discípulos e missionários aqui na terra rumo ao Reino que há de vir. Amém.