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23/11/2021

Tiago Alberione um santo para os nossos dias

Por Por Valdir José de Castro, ssp*

O artigo traça o perfil do Bem-aventurado Tiago Alberione, destaca alguns aspectos de sua vida e enfatiza, especialmente, o grande legado que ele deixou para a Igreja. Trata-se do fascinante carisma inspirado no grande comunicador, o apóstolo Paulo: evangelizar utilizando-se dos meios de comunicação.

Introdução

Há 50 anos, precisamente no dia 26 de novembro de 1971, falecia em Roma o Bem-aventurado Tiago Alberione, deixando inestimável legado à Igreja e ao mundo, concretizado especialmente na fundação da Família Paulina (cf. boxe na página 22). Mais que um conjunto de instituições, essa família religiosa é a consolidação de um audacioso projeto de evangelização, o qual se inspira no espírito missionário do apóstolo Paulo e encontra na comunicação um eixo comum. Certamente é impossível traçar, em poucas linhas, a globalidade da fascinante personalidade de Pe. Alberione. Destacamos apenas alguns aspectos de sua vida que, sem dúvida, são inspiradores para uma Igreja que busca vencer a tentação da autorreferencialidade, para levar a alegria do Evangelho a todas as pessoas, especialmente àquelas que vivem nas periferias existenciais da humanidade.

1. Uma vida pelo Evangelho

“Ei-lo: humilde, silencioso, incansável, sempre vigilante, sempre recolhido nos seus pensamentos, que vão da oração à ação (segundo a fórmula tradicional: ora et labora), sempre atento a perscrutar os “sinais dos tempos”, ou seja, as formas mais geniais para chegar às almas; o nosso padre Alberione deu à Igreja novos instrumentos para infundir vigor e amplitude ao seu apostolado, nova capacidade e nova consciência da validade e da possibilidade da sua missão no mundo moderno e com os meios modernos.”

Com essas palavras, Paulo VI, no dia 28 de junho de 1969, acolhia um grupo de paulinos numa audiência, com a presença do Pe. Tiago Alberione (1884-1971), já fragilizado pela idade avançada. É um discurso no qual o papa reconhece, no fundador da Família Paulina, a figura de um homem de Igreja que dedicou toda a sua vida à busca de novos caminhos para uma evangelização que respondesse às necessidades do tempo em que viveu. Uma missão que – é oportuno recordar, mesmo que sucintamente – encontra suas raízes na experiência que fez, ainda seminarista, na catedral de Alba (Piemonte, Itália), na passagem do século XIX para o século XX, por ocasião de uma adoração eucarística.

Respondendo ao apelo que o então papa Leão XIII havia feito à Igreja para iniciar o novo século à luz de Jesus Caminho, Verdade e Vida, lá estava o jovem Alberione, em oração, compenetrado nos seus pensamentos e, sobretudo, decididamente orientado a preparar-se para fazer algo para o Senhor e para a humanidade do novo século que estava começando. Enquanto rezava, vinham à sua mente ainda juvenil, mas cheia de sonhos, as necessidades da Igreja e as questões sociais, a insistência do papa na criação de novos meios de fazer o bem e desenvolver uma imprensa forte, que levasse o Evangelho a penetrar nas massas (AD 14).

A hora do Senhor soou, como Alberione mesmo recordará, quando, já como presbítero, assumiu, em 1913, a direção do jornal diocesano Gazzetta d’Alba. A atividade jornalística abria-lhe novo caminho de evangelização, o qual se concretizaria com a fundação, em 1914, da Pia Sociedade de São Paulo (Congregação dos Padres e Irmãos Paulinos), primeiramente com o objetivo de evangelizar com a imprensa e, depois, sob sua orientação, empenhando-se com a “comunicação”, incluídos os meios técnicos e eletrônicos mais rápidos e eficazes.

2. Atento aos sinais dos tempos

Padre Alberione não é pioneiro em utilizar a imprensa a serviço da evangelização. Suas ideias e sua prática pastoral tornam-se peculiares quando as entendemos na perspectiva de um autêntico projeto integrado de “nova” evangelização com os meios modernos de comunicação. Já no final da década de 1920, tinha a convicção de que “o mundo tem necessidade de nova, longa e profunda evangelização”, e que eram necessários missionários para esse novo e fecundo apostolado (ESPOSITO, 1983, p. 680, 682).

Na base de tal ideal estava a consciência de que a imprensa e os demais instrumentos de comunicação não eram simples meios subsidiários, adicionais, para comunicar o bem. Acreditava ser necessário fazer com a palavra escrita e com a comunicação audiovisual o que os pregadores faziam com a palavra oral no templo, com a vantagem de poder chegar, com os instrumentos técnicos, a uma quantidade maior de pessoas, não somente àquelas que já frequentavam a comunidade paroquial, mas também às que estavam distanciadas, em suas casas, nas fábricas, nas escolas, nos lugares de diversão. Era ciente de que, se as pessoas não iam à igreja, a igreja tinha de ir até elas.

Tal projeto nascia da capacidade de Pe. Alberione, como havia reconhecido São Paulo VI, de descobrir, ler e interpretar os “sinais dos tempos”, isto é, de considerar os grandes acontecimentos e comportamentos que caracterizavam sua época, interpretados à luz do Evangelho. Nesse sentido, Pe. Alberione não foi tanto um “homem do futuro”, como alguém poderia interpretar. Vivia a história do seu tempo, com os pés no presente, obviamente com o olhar posto no futuro, no que se refere à sua abertura às novidades que surgiam no campo da comunicação instrumental.

Outra peculiaridade é que Pe. Alberione pensou, a princípio, numa organização de leigos a serviço da evangelização (AD 24); depois de um discernimento maior, decidiu que seria formada por pessoas consagradas, homens e mulheres, “paulinos e paulinas”, que se dedicariam exclusivamente ao âmbito desse apostolado, movidas por uma espiritualidade particular. Nessa perspectiva, afirmava, em 1960:

a imprensa, o cinema, o rádio, a televisão constituem hoje as mais urgentes, as mais rápidas e as mais eficazes obras do apostolado católico. Pode ser que os tempos vindouros reservem outros meios melhores. Mas, no presente, parece que o coração do apóstolo não pode desejar forma melhor para dar Deus às almas e as almas a Deus (VM 1283).

Pensando nessa ótica, foi com grande alegria que ele acolheu, em 1965, a publicação do decreto Inter Mirifica, do Concílio Vaticano II, sobre os meios de comunicação social. Padre Alberione viu nesse documento a explícita e contundente abertura da Igreja a uma missão na qual ele, já nos inícios do século XX, acreditava, promovendo-a e dando por ela sua vida, não obstante os cansaços, sofrimentos, incompreensões e obstáculos que encontrava no caminho.

3. Viver e anunciar a Palavra, nos passos de Paulo

A evangelização com a comunicação, no projeto idealizado por Pe. Alberione, encontra sua inspiração primeira no apóstolo Paulo, não só porque é importante referência de alguém que se deixou transformar pelo amor e pela misericórdia de Deus, manifestados em Jesus, mas também porque se tornou incansável anunciador do Evangelho, seja com a própria vida, nas relações diretas com as pessoas, seja utilizando os recursos de comunicação de sua época, entre os quais as cartas.

Segundo Pe. Alberione, se São Paulo vivesse hoje, continuaria a deixar-se arder daquela dupla chama de um mesmo incêndio, o zelo por Deus e pelo seu Cristo, e pelas pessoas de cada país. E, para fazer-se escutar, subiria aos púlpitos mais elevados e multiplicaria sua palavra com os meios do progresso atual: imprensa, cinema, rádio, televisão (VM 648).

Gostava também de repetir o que, na sua época, já era um slogan recorrente, isto é, que, se São Paulo vivesse na era moderna, seria jornalista.

O moto paulino “ai de mim se não anunciar o Evangelho” (1Cor 9,16) deve ser também o princípio do apóstolo da comunicação que busca responder aos desafios da evangelização por meio das linguagens modernas. Nessa perspectiva missionária, a Bíblia, insistia Pe. Alberione, é o livro por excelência a ser difundido: “A Bíblia é o livro que devemos dar: ou por meio de filmes ou em livros, ou a viva voz com a rádio, ou por meio de discos, ou de qualquer outra forma; utilizemos todos os meios que o Senhor colocou ao nosso alcance” (VM 1014).

Embora sua preocupação fosse, antes de tudo, com a difusão da Bíblia e dos Evangelhos, em particular, ele acreditava que o papel do apostolado com a comunicação, utilizando as técnicas modernas, não consistia somente em falar de religião, mas em falar de tudo cristãmente. Para ele, era responsabilidade da Igreja utilizar as diversas linguagens da comunicação com o objetivo de fazer penetrar no pensamento humano valores inspirados no Evangelho, em vista de um mundo mais humano, fraterno e justo.

 4. Em Cristo e na Igreja, para chegar a todos

Pode-se, porém, perguntar: deve-se chegar especificamente a quem com o apostolado da comunicação? O objetivo da evangelização com a comunicação é chegar a todos, porém considerando a humanidade na situação concreta em que vive. Olhando para a realidade do seu tempo, Pe. Alberione afirmava: “É precisamente neste século que devemos viver e agir. Devemos ser deste século, ou seja: tentar entender as necessidades e atendê-las”. E constatava: “Isso é fácil, pois Deus nos deu temperamento, costumes em relação ao nosso tempo, e não aos tempos passados” (VM 375).

É preciso chegar a todos com o Evangelho, com especial predileção pelos mais necessitados, ajudando-os a conquistar não somente o pão material, mas também o pão da instrução e da verdade. Para isso, insistia Pe. Alberione, é preciso utilizar uma linguagem simples na “pastoral”, termo que, para ele, significava justamente “a grande arte de dar Deus às pessoas e de dar as pessoas a Deus em Jesus Cristo” (VM 1205). É necessário, então, usar de criatividade, produzir conteúdos compreensíveis e acessíveis, com linguagens adequadas às crianças, aos jovens e adultos.

Outro segmento da sociedade considerado prioritário na mente de Pe. Alberione era o dos intelectuais. Ele era convicto de que, se queremos uma sociedade melhor, com uma “mentalidade nova”, é necessário levar o Evangelho aos intelectuais e aos que formam opinião com os meios de comunicação. “Se conquistar intelectuais, você pesca com a rede, não apenas com o anzol”, dizia o fundador da Família Paulina (VM 1329). Ele via na comunicação instrumental um canal imprescindível para criar relações e gerar diálogo com aqueles com responsabilidade na formação da consciência das pessoas, pois são eles que influenciarão as decisões às vezes fundamentais para o destino de uma comunidade, de um povo e até mesmo de um país.

 5. Os desafios da comunicação hoje

Nos últimos 50 anos, desde que Pe. Alberione deixou este mundo, a comunicação tem passado por profundas transformações – especialmente com a chegada das técnicas digitais –, assim como a Igreja, que, nas últimas décadas, tem procurado atualizar seu discurso e renovar sua prática, no que se refere a esse campo de evangelização.

Certamente, Pe. Alberione não imaginava a revolução que ocorreria no campo das técnicas comunicacionais, tampouco na realidade da comunicação como a vemos hoje configurada. Seguramente, porém, estaria aberto às mudanças ocorridas nesse âmbito, como podemos deduzir das suas palavras, quando afirma: “O mundo compreender-nos-á se utilizarmos os meios atuais para nos comunicarmos com ele. Portanto, não pense em dizer: ‘sempre fizemos isso’. Ao longo dos anos, precisamos nos adaptar às condições da época em que vivemos” (VM 347).

A atualidade de Pe. Alberione, a qual nos interpela como Igreja, reside na sua capacidade de estar atento às mudanças que a comunicação, mediada pela técnica, provoca na sociedade e, consequentemente, de buscar respostas concretas ao que se refere à ação evangelizadora. O empenho em adaptar a evangelização às condições da época em que vivia leva-nos a refletir sobre a atual realidade da comunicação e responder aos desafios que ela impõe.

A provocação a adaptar a Igreja à realidade da comunicação nos leva a considerar ao menos dois aspectos, entre muitos outros, que estão interligados e não podem ser ignorados, nos dias atuais, quando o tema é a evangelização: a compreensão da comunicação como “cultura” e a realidade do ambiente digital.

 5.1. A comunicação como “cultura”

 Antes de tudo, é preciso compreender a comunicação, mediada pela técnica, não somente como um conjunto de instrumentos que propagam informações e conteúdos, mas também como parte integrante de uma cultura que interfere diretamente na vida das pessoas.

Essa visão de comunicação já era presente no magistério do papa São João Paulo II, quando, referindo-se ao uso dos instrumentos técnicos na evangelização, advertia que

não é suficiente usá-los para difundir a mensagem cristã e o magistério da Igreja, mas é necessário integrar a mensagem nesta “nova cultura”, criada pelas modernas comunicações. É um problema complexo, pois esta cultura nasce menos dos conteúdos do que do próprio fato de existirem novos modos de comunicar com novas linguagens, novas técnicas, novas atitudes psicológicas (RM 37).

A visão da comunicação como “cultura” é fundamental quando pensamos na evangelização. O Concílio Vaticano II já havia debatido sobre o perigo de criar distância entre cultura e Evangelho. De fato, parar no tempo ou romper o diálogo com a cultura sempre foram grandes tentações para a Igreja, como reconheceu o papa São Paulo VI, o que o levou a afirmar que “a ruptura entre Evangelho e cultura é, sem dúvida, o drama de nossa época, como o foi de outras” (EN 20).

O perigo da fossilização, mantendo-se em esquemas pastorais antigos, que separam a Igreja da cultura e, consequentemente, distanciam a mensagem do Evangelho das pessoas, é advertência constante também do papa Francisco. Daí o motivo de ele insistir na necessidade de a Igreja entrar na dinâmica de uma pastoral em chave missionária, que rompa com a autorreferencialidade.

Papa Francisco é contundente quando insiste sobre a urgência de a Igreja abandonar o critério pastoral do “fez-se sempre assim” e sobre a necessidade de assumir uma pastoral ousada e criativa na tarefa de repensar os objetivos, as estruturas, o estilo e os métodos evangelizadores das comunidades (EG 33). Obviamente, “se pretendemos colocar tudo em chave missionária, isso se aplica também à maneira de comunicar a mensagem” (EG 34).

 5.2. O ambiente digital

Uma evangelização que deseje levar em conta os tempos atuais não pode prescindir do ambiente digital. Não se trata apenas de “usar” a internet, como se fosse mero instrumento de comunicação, mas sobretudo de viver na cultura digitalizada que influencia fortemente a noção de tempo e espaço, a forma de as pessoas se relacionarem entre si e com o mundo, a maneira de aprender, de informar-se, de manifestar-se politicamente, de consumir, de rezar etc.

O ambiente digital faz-nos ver que a forma linear de transmissão do anúncio do Evangelho – própria dos instrumentos de comunicação tradicionais, como a imprensa, o rádio, a televisão etc. – está passando por profunda “crise”; isto é, a comunicação hierárquica, que transmite a mensagem a partir de um centro para uma periferia, vai sendo substituída sempre mais, com o avanço das redes, por uma comunicação interativa e participativa.

Já não se trata simplesmente de “usar instrumentos”, mas de “habitar” um ambiente onde bilhões de pessoas circulam diariamente. O espaço digital torna-se imprescindível para a evangelização; nele somos chamados, como Igreja, não só a oferecer conteúdos religiosos ou mensagens com valores cristãos, mas também a dar testemunho com base em um estilo cristão de comportamento. É nessa linha que se insere o papa Bento XVI quando admite que “existe um estilo cristão de presença também no mundo digital que se traduz numa forma de comunicação honesta e aberta, responsável e respeitadora do outro” (BENTO XVI, 2011).

Nestes tempos de comunicação em rede, é imprescindível ter presente, como afirma o papa Francisco, que “não é a tecnologia que determina se a comunicação é autêntica ou não, mas o coração do homem e sua capacidade de fazer bom uso dos meios ao seu dispor” (FRANCISCO, 2016). É verdade que o mundo digital pode favorecer as relações e promover o bem da sociedade, mas, como já manifestou tantas vezes Francisco, não pode obviamente substituir a presença física e o contato direto, tão importantes nas relações humanas e na vida das comunidades. Um justo equilíbrio é indispensável.

Enfim, a evangelização no campo da comunicação não se reduz a utilizar os instrumentos técnicos (analógicos ou digitais) ou simplesmente a habitar o ambiente digital, mas envolve favorecer, com esses recursos, a comunicação mesma, que, no seu sentido mais profundo, deve gerar proximidade, partilha, escuta, acolhimento, ajuda mútua; estimular a verdade, motivar atitudes e comportamentos genuinamente evangélicos.

 Conclusão

 Certamente, como buscamos mostrar nesta reflexão, a melhor forma de fazer memória do Bem-aventurado Tiago Alberione, neste ano em que celebramos o cinquentenário de sua partida para junto de Deus, é trazer para a atualidade seu pensamento e exemplo de vida, de modo particular suas intuições e sua contribuição para a evangelização no campo da comunicação.

 Segundo Pe. Alberione, não basta o púlpito tradicional para evangelizar, ainda que este seja carregado de significado e importância. Já na primeira metade do século XX, o fundador da Família Paulina estava convencido da necessidade de assumir a realidade da comunicação e dos recursos técnicos ligados a esse campo, ou seja, de utilizar os “púlpitos modernos”, ao lado da comunicação no templo; todavia, não como simples instrumentos de amplificação da mensagem, mas como forma concreta de “encarnar” o Evangelho na cultura atual, por intermédio das linguagens escrita, sonora e imagética.

Esse era o grande sonho de Pe. Alberione, o qual, por meio da Família Paulina, buscou concretizar. Um projeto que nasceu, porém, não do simples esforço pessoal. Como ele mesmo diria, tudo foi fruto – não obstante suas limitações – da comunhão com Deus, a qual o levou a caminhar com a Igreja e com a sociedade do seu tempo, a deixar-se iluminar pela Eucaristia, a “pensar e nutrir-se de cada frase do Evangelho, segundo o espírito de São Paulo” (AD 95).

Na sua relação com Jesus – o qual ensinou seus filhos e filhas espirituais a invocar como “Mestre, Caminho, Verdade e Vida” –, na devoção a Maria Rainha dos Apóstolos e na inspiração apostólica em São Paulo, ele encontrou luzes e fundamentos para sua santificação. De fato, sua beatificação, em 2003, por São João Paulo II, foi eloquente sinal do reconhecimento da Igreja de que é possível santificar-se, dedicando-se à evangelização no campo da comunicação moderna. Nesse sentido, o Bem-aventurado Tiago Alberione é um santo para nossos dias, uma referência de santidade, não somente para os membros da Família Paulina, mas também para todos os que acreditam na força transformadora da comunicação e se dedicam, na Igreja, a essa fascinante e desafiadora pastoral.

A Família Paulina

Em 20 de agosto de 1914, o Bem-aventurado Tiago Alberione inicia a Família Paulina, com a fundação da Pia Sociedade de São Paulo (Padres e Irmãos Paulinos), seguida, em 1915, pela fundação da Pia Sociedade Filhas de São Paulo (Paulinas), ambas as congregações com a missão exclusiva de evangelizar na cultura da comunicação.  Ao lado delas, surgem os primeiros Cooperadores Paulinos (1917). Em 1924, nascem as Pias Discípulas do Divino Mestre, para o apostolado eucarístico, sacerdotal e litúrgico. Em 1938, funda as Irmãs de Jesus Bom Pastor (Pastorinhas), destinadas ao apostolado pastoral nas paróquias, ao lado dos párocos. Com a fundação, em 1959, das Irmãs Apostolinas, dedicadas ao apostolado vocacional, completa-se a grande árvore da Família Paulina, do ponto de vista das congregações religiosas. Juntam-se ainda quatro institutos seculares: o Instituto Jesus Sacerdote, para o clero diocesano que deseja compartilhar mais estreitamente o ideal paulino, os Institutos São Gabriel Arcanjo (Gabrielinos) e Maria Santíssima Anunciada (Anunciatinas), para homens e mulheres que se consagram no mundo, e, por fim, o Instituto Santa Família, para casais que desejam viver os conselhos evangélicos no próprio estado de vida.

Referências bibliográficas

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*Valdir José de Castro, ssp

é sacerdote paulino licenciado em Teologia, com especialização em Espiritualidade pela Universidade Gregoriana (Roma); graduado em Jornalismo pela Universidade de Caxias do Sul (RS); licenciado em Comunicação pela Faculdade Cásper Líbero (SP) e doutor em Comunicação e Semiótica pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Trabalhou como formador, diretor geral de Apostolado da Paulus, professor e diretor da Fapcom e superior provincial no Brasil. Atualmente é superior geral da Pia Sociedade de São Paulo. E-mail: [email protected]

Artigo da Revista Vida Pastoral: Novembro-dezembro de 2021