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04/06/2021

Um mês para celebrar São Paulo

Por Manoel Gomes, ssp

É muito familiar a todos os membros da Família Paulina – ao mesmo tempo que provocadora – a afirmação do padre Alberione segundo a qual devemos ser São Paulo vivente hoje. Cada congregação e cada instituto é chamado a representar São Paulo por meio do seu carisma específico. A presença do grande Apóstolo não é exclusividade de nenhuma das instituições, embora tenha sido colocado como titular dos paulinos e das paulinas.

            Nesse texto, no entanto, buscamos refletir especialmente sobre a relação do religioso paulino com o Apóstolo das nações. Na história da congregação, é conhecida a importância da vida e dos escritos de São Paulo desde os primeiros tempos. Enquanto as devoções a Maria Rainha dos Apóstolos e a Jesus Mestre foram sendo gestadas no decorrer dos primeiros anos, São Paulo já acompanhava os jovens da escola tipográfica desde os primórdios. Nas primeiras fotos do grupo, não falta o quadro de São Paulo.

            Não existe paulino sem São Paulo, isso é fato. O mês a São Paulo, vivenciado pela primeira vez em 1918, é um exemplo claríssimo disso. As virtudes do Apóstolo são apresentadas como um espelho sobre o qual os paulinos podem ver o próprio reflexo e confrontá-lo com o seu pai e mestre. Desse modo, toda a vida do religioso paulino não deve ser senão atualização do que São Paulo fez em ensinou para o momento histórico no qual se vive.

            No itinerário espiritual, o paulino encontra também na figura de Paulo o protótipo daquele que viveu o seguimento a Jesus de modo excelente. As duas frases do Apóstolo mais citadas pelo padre Alberione (Gl 2,20: vivo, mas não sou eu que vivo. É Cristo que vive em mim; Gl 4,19: Até que Cristo se forme em vós) indicam o caminho que deve ser percorrido por todos os que desejam se tornar apóstolos da boa imprensa (hoje, diríamos “apóstolos na cultura da comunicação”). Tornamo-nos paulinos à medida que permitimos que Cristo pense, queira a aja no mundo por meio de nós.

            Por isso, ao chegar o mês de junho, sentimo-nos todos impelidos à proximidade e ao confronto com São Paulo. É tempo de intensificar nossas orações a este poderoso intercessor, assim como de aumentar o nosso conhecimento sobre a sua vida e seus escritos e nos empenhar na imitação de suas virtudes. Se não pudermos celebrar o mês a São Paulo como os primeiros o faziam, busquemos vivê-lo intensamente, conscientes de que, sem essa referência, poderemos ser muita coisa, mas dificilmente verdadeiros paulinos.