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01/05/2020

Dia de São José Operário e Dia do Trabalhador!

Por Pe. Antonio Lúcio, ssp

Hoje, 1º de maio, celebramos a Memória Facultativa de São José Operário, dia do trabalho e iniciamos o mês tradicionalmente dedicado a Nossa Senhora. Afirmava o Bem-aventurado Tiago Alberione: “Maio a Maria! É possível mudar de continentes, achar-se em terra, no mar, no ar; encontrar novas raças, outras civilizações, línguas diferentes, mas sempre a mesma Mãe, sempre corações de filhos, sempre a mesma devoção. Como é consolador!”

No Evangelho de São Mateus (Mt 13,54-58), em um dos momentos em que Jesus retorna à sua região, a Nazaré, e fala na sinagoga, destaca-se o espanto de seus compatriotas por sua sabedoria. Eles se perguntam: “Não é este o filho do carpinteiro?” (Mt 13,55). Jesus entra em nossa história, está entre nós, nascido de Maria pelo poder de Deus, mas com a presença de São José, o pai legal, de direito, que cuida dele e também lhe ensina seu trabalho. Jesus nasce e vive em uma família, na Sagrada Família, aprendendo com São José o ofício de carpinteiro, na carpintaria em Nazaré, dividindo com ele seus compromissos, esforços, satisfação e as dificuldades do dia a dia.

Isso nos lembra a dignidade e a importância do trabalho. O livro de Gênesis nos diz que Deus criou o homem e a mulher dando-lhes a missão de encher a terra e sujeitá-la, o que não significa desfrutá-la, mas cultivá-la e protegê-la, cuidar dela com o seu trabalho (cf. Gn 1,28; 2,15). O trabalho faz parte do plano de amor de Deus. Somos chamados a cultivar e cuidar de todos os bens da criação! O trabalho é fundamental para a dignidade de uma pessoa. O trabalho, para usar uma imagem concreta, nos “unge” de dignidade, nos plenifica de dignidade, nos torna semelhantes a Deus, que trabalhou e trabalha, age sempre (cf. Jo 5,17), dá a capacidade de nos manter e contribuir para o crescimento da nação. E aqui penso nas dificuldades que, em vários países, se encontra hoje o mundo do trabalho e da empresa, eu penso naqueles que, não apenas os jovens, estão desempregados, muitas vezes por uma concepção puramente econômica (mecanicista) da sociedade, que busca o lucro egoísta, fora dos parâmetros da justiça social.

São José, assim como nós, também teve momentos difíceis vida afora, mas nunca perdeu a confiança e soube superá-los, na certeza de que Deus não nos abandona jamais. “Embora os evangelistas não falem muito de São José, todavia ele aparece como homem de grande fé, de cega obediência, de profunda humildade, de perfeita virgindade, de ardente amor a Deus”, afirmava Pe. Tiago Alberione.

Olhemos para São José e aprendamos dele a sermos fiéis ao projeto de Deus a nosso respeito. Ele “é admirável exemplo de vida interior. Ele é grande junto a Deus e junto às pessoas, não por ciência ou poder, ou riquezas humanas, mas pela sua inocência, sua delicadeza, seu abandono em Deus e sua docilidade, enquanto a divina Providência dispunha dele”, recorda-nos hoje Pe. Tiago Alberione.

No silêncio das ações cotidianas, São José, juntamente com Maria, tem um centro comum de atenção: Jesus! Eles acompanham e protegem, com empenho e carinho, o crescimento do Filho de Deus feito homem por nós, refletindo sobre tudo o que acontecia. Nos Evangelhos, Lucas enfatiza duas vezes a atitude de Maria, que também é a de São José, “guardava todas estas coisas, meditando-as no seu coração” (Lc 2,19.51). Para ouvir o Senhor, devemos aprender a contemplá-lo, perceber sua presença constante em nossas vidas; precisamos parar para dialogar com ele, dar-lhe espaço na oração. Cada um de nós, devemos nos perguntar: qual o espaço que dou ao Senhor na minha vida? Eu paro para falar com ele? Desde que éramos crianças, nossos pais nos acostumaram a começar e terminar o dia com uma oração, para nos ensinar a perceber que a amizade e o amor de Deus nos acompanhavam. Vamos nos lembrar mais do Senhor em nosso dia, apesar dos nossos muitos afazeres!

E neste mês de maio, eu gostaria de lembrar a importância e a beleza da oração do Santo Terço. Recitando a Ave Maria, somos levados a contemplar os mistérios de Jesus, refletir sobre os principais momentos de sua vida, para que, como foi com Maria e São José, ele seja o centro dos nossos pensamentos, da nossa atenção e das nossas ações. Seria bom que, especialmente neste mês de maio, rezássemos juntos, em família, o Santo Terço ou alguma oração a Jesus e à Virgem Maria! A oração feita em família é um momento precioso para tornar ainda mais forte a vida comum, a amizade entre nós! Aprendamos a rezar mais em família e como família!

Como Pe. Tiago Alberione, também nós podemos nos perguntar: “Por que o trabalhador deve voltar-se para Maria?” A resposta vem dele mesmo: “Porque ela é exemplo de trabalho espiritual, intelectual, braçal; porque realizou o próprio trabalho com paciência, com intenção sobrenatural e com aplicação constante no emprego do tempo… Seja bem-vindo, portanto, o título de Maria, Mãe, Mestra e Rainha dos Trabalhadores”.

Peçamos a São José e à Virgem Maria que nos ensinem a sermos fiéis as nossas tarefas diárias, a viver nossa fé nas ações do dia a dia e dar mais espaço ao Senhor em nossas vidas.

São José Operário, rogai por nós!

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