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27/08/2015

Mônica: A mulher que converteu as lágrimas em alegrias.

Por João Paulo da Silva, Postulante Paulino

Uma vida doada pela fé é o exemplo que nos traz esta mulher tão forte na oração e na audácia de não abandonar o seu próprio filho.

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Existe alguém que conheça mais a mãe além do seu filho? Este foi o caso de Santa Mônica. O biógrafo desta santa mulher foi o próprio filho, Agostinho. No livro Confissões, o Santo de Hipona apresenta esta mulher tão bela e tão simples. Quem era? Ele mesmo, com saudades, e já convertido ao cristianismo, escreve: Mulher submissa a Deus e a seu marido; mãe amorosa (cf. Confissões IX, IX, 19).

Mônica nasceu em Tagaste, na África, teve a sua criação em uma família cristã. Casou-se com Patrício, que, como diz Agostinho, era um homem muito carinhoso, mas ao mesmo tempo extremamente colérico. Patrício não era batizado. Mônica teve com ele dois filhos, Agostinho e Navígio, e uma filha, cujo nome não conhecemos. A vida de Mônica foi turbulenta, teve muitas aflições pelo comportamento do marido, mas como uma grande mulher teve a capacidade de ajudá-lo sempre que possível. Ela era uma esposa amável e sempre conversava com seu esposo sobre as atitudes que não convinham, ou quando as fazia de maneira errada, por causa da sua tempestuosidade (cf. Confissões IX, IX, 19).

Mônica foi um grande exemplo de oração e, antes de ficar viúva, conseguiu por meio do seu modo de ser e do seu amor, converter o seu marido e levá-lo ao encontro do Cristo, sendo que ele mesmo pediu o batismo.

Depois que ficou viúva, continuou sofrendo com as desventuras de Agostinho, seu filho mais rebelde à graça, inteligente, mas totalmente cético aos desígnios divinos. Foi por ele que ela rezou e chorou. Não o abandonou nunca, esteve sempre ao seu lado, doce e discreta, e para não o perder de vista seguiu-o nas várias peregrinações que fez à Itália. E Deus, vendo o sofrimento de sua doce serva, não permitiu “que o filho daquelas lágrimas se perdesse”. E, depois aproximadamente 30 anos de sofrimento, Mônica vê seu filho convertido e batizado.

Já perto da morte de Mônica, Agostinho narra uma das conversas que teve com sua mãe; enquanto estavam sozinhos, hospedados em Óstia. Eles estavam apoiados em uma janela, que dava para o jardim interno da casa. E falavam de coisas de infinita doçura, esquecendo as coisas passadas e projetando-se para as que viriam, e procuravam juntos analisar a vida do paraíso que tanto buscavam (Cf. Confissões IX, XI, 23-25).

Neste contexto Mônica falou: “Meu filho, quanto a mim não existe nada que me atraia, nesta vida. Nem sei mesmo o que estou fazendo aqui, e porque ainda existo. Uma única coisa me fazia desejar viver ainda um pouco: ver-te cristão antes de morrer. Deus me concedeu algo mais e melhor: ver-te desprezar as alegrias terrenas e só a ele servir. O que faço ainda aqui?” (cf. Confissões IX, XI, 26).

A vida de Mônica tinha concluído o seu ciclo. Todos os seus sonhos estavam realizados. E assim, essa santa mulher voltou para a casa do Deus que a ouviu, e de lá, intercede por nós para que mudemos a nossa vida e encontremos sempre o mesmo caminho que o seu filho, Agostinho, encontrou.

Santa Mônica, rogai por nós!

Para conhecer um pouco mais da obra e vida de Santa Mônica e Santo Agostinho, pode-se recorrer ao livro Confissões.