Blog

12/06/2015

Por que comemorar o Sagrado Coração de Jesus?

Por João Paulo da Silva, Postulante Paulino

“Essa compaixão faz com que o coração de Jesus arda de amor e se deixe maltratar pelos homens”

cormat

Quem teve a oportunidade de acompanhar as leituras da liturgia de hoje, deve de alguma forma se perguntar: Por que colocaram a passagem da crucificação se a festa que celebramos é referente ao Sagrado Coração de Jesus? Compreendamos, pois, que é na cruz que Jesus mostra o quanto o seu coração se dilatou de amor para com a humanidade.

Jesus é a encarnação de um Deus que sempre amou e ama o seu povo e não quer que ele tome caminhos errados. O Senhor dos céus é generoso na vida dos homens e não esquece o quanto eles são falhos. O coração amoroso de Jesus é o que resume toda a ação divina. O Deus que apresenta-se como amoroso e defensor de um povo traz em Jesus a demonstração de que suas ações podem ser ainda mais generosas. Por isso, como diz no Evangelho de São João: “Deus amou tanto o mundo, que deu o seu Filho único, para que não morra quem nele acredita, mas tenha vida eterna” (Jo 3,16). E por que realizar um ato tão grandioso? A resposta é simples e está na leitura do profeta Oseias, presente na liturgia do dia de hoje; Deus, por meio do profeta, diz: “Meu coração comove-se no íntimo e arde de compaixão”(Os 11,8).

Essa compaixão faz com que o coração de Jesus arda de amor e se deixe maltratar pelos homens, é nesse sofrer que ele traz a defesa aos homens. É nessa entrega que ele mostra que ama mais do que qualquer pessoa no mundo. O profeta Isaías (49,15) chega a dizer que: “Mas pode a mãe se esquecer do seu nenê, pode ela deixar de ter amor pelo filho de suas entranhas? Ainda que ela se esqueça, eu não me esquecerei de você”. É essa a imagem do Deus que nos ama.

Vivemos em um tempo em que falar do amor de uma mãe chega a ser complicado, pois encontramos “mães” que não conseguem amar seus filhos e querem descartá-los, já que não os reconhecem como um ser. Deus, por sua vez, não quer que nenhum dos seus filhos seja considerado como abortivo, ou muito menos um fardo. A relação da divindade com o homem sempre teve esse caráter de convite à conversão. O filho nunca será um incômodo, mesmo quando ele erra, mas, infelizmente, sofrerá por seus atos. No entanto, a figura do Ressuscitado nos dá uma esperança, pois é do Coração Sagrado que jorra sangue e água. Esse sangue é a representação da vida entregue até o fim, e a água é sinal da fonte que nos purifica e nos transforma em novas pessoas. Do Sagrado Coração de Jesus nos vem a esperança de acreditar que o seu amor não é passageiro e de que o sua entrega plenifica nossas almas.