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13/07/2015

Um Deus que liberta para o amor

Por João Paulo da Silva, Postulante Paulino

Jesus é a revelação plena de um Pai, Ele traz ao mundo uma mensagem de libertação que está arraigada no amor Divino.

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Na leitura do livro do Êxodo (Ex 1,8-14.22), que hoje escutamos em nossa liturgia, é possível reconhecer a prepotência dos poderosos contra o Povo de Deus. O Faraó teme uma possível rebelião do povo hebreu e inicia um penoso processo de escravidão, contra aqueles que no tempo de José foram acolhidos de braços abertos. A ganância das riquezas e a incredulidade de um “rei-deus” tirano gera sofrimento para uma nação. A escravatura é apenas o início da loucura. Não satisfeito com a realidade, e cego pelo ódio, o Faraó ainda manda afogar no rio Nilo os meninos recém-nascidos. Este ato nefasto vai diretamente contra a promessa de Deus de dar a Abraão uma grande descendência. Mas é destes condenados à morte, que floresce Moisés, salvo e criado pela filha do Faraó. Moisés acabou tornando-se um grande líder e libertador do povo, conduzindo todos à Terra Prometida.

Façamos uma comparação entre a história de Moisés e a de Jesus. A Judeia, no período do nascimento de Jesus, estava sob a jurisdição de Herodes, que também era avarento e tirano. E ele, ao saber da notícia do nascimento do pequeno rei, agiu como todo dominador perverso: espalhou o terror. Numa ação desmedida, assim como o Faraó, mandou sacrificar os meninos com idade de 0 a 2 anos. Aquilo novamente gerou um grande clamor, e novamente, aos céus subiram os clamores das mães que tiveram seus filhos mortos. Todo império humano odeia a manifestação de um Senhor Divino. E, como no Egito, o flagelo dos inocentes é realizado. O interessante é que, quando o anjo aparece, pede a José que fuja com Maria e a criança para o Egito, terra que antes fora território do sofrimento hebreu. Mas isto tem um significado importante no evangelho de Mateus: Jesus é o novo Moisés, Jesus é o verdadeiro libertador.

Em Jesus tudo ganha novo sentido. Ele é levado para o Egito para esconder-se da tirania; e volta à Judeia para anunciar aos seus a libertação maior. Jesus é o próprio libertador que “romperá com o Mar Vermelho”, para tirar o homem da escravidão do pecado e conduzi-lo à Vida Plena. Por isso, no Evangelho de hoje se diz: Não penseis que vim trazer paz à terra; não vim trazer a paz, mas, sim, a espada” (Mt 10,34-11,1). Aquele que se apegar a esta proposta terá de enfrentar as duras penas da tirania de uma sociedade que odeia a manifestação do divino. Sendo assim, enfrentará a guerra e o ódio de muitos que não aceitam a proposta da conversão de vida e a busca do Reino de Deus. O mundo só será transformado quando tivermos de Jesus essa mesma coragem de enfrentar a guerra contra o pecado e contra a enganação do mal. Isto gera desconforto, mas traz também uma recompensa: o conhecimento verdadeiro do amor de Deus.