Blog

11/07/2020

15º Domingo Comum

“A semente que caiu em boa terra é aquele que ouve a palavra e a compreende. Esse produz fruto. Um dá cem, ou sessenta e outro trinta.” (Mt 13,23)

Destino da Palavra

A fim de abrir caminho e entrar em nossos corações, a palavra de Deus precisa enfrentar verdadeira aventura. Superficialidade, distração, aversão e inconstância são os maiores obstáculos que ela precisa superar.

Um dia a Palavra se fez carne em Jesus Cristo e veio morar entre nós, a fim de proclamar o amor, a justiça e a paz. Nós a escutamos com entusiasmo, mas depois a sufocamos e a sepultamos debaixo de interesses materialistas.

Ouvimo-la fazendo-nos propostas de amor e libertação, convidando-nos a lutar contra o egoísmo, a opressão, a doença, a fome e todos os tipos de pecados. Suas propostas porém, acabaram sendo sepultadas debaixo da indiferença e do comodismo.

Para que servem nossas reuniões e celebrações? A palavra desce em nossa horta e vem molhar a terra seca de nossos corações. Mas, concluída a missa, saímos mundo a fora onde começaremos a oferecer o costumeiro espetáculo da indiferença, mentira e dureza de coração. Recaímos na mesma rotina de sempre, na engrenagem do egoísmo, nas garras do prazer.

Nessas horas, a palavra se torna apenas lembrança apagada. A Igreja nos parece lugar distante e remoto, aonde voltaremos no próximo domingo só para dizer que somos “católicos praticantes”, ou para tapear nossa consciência de pessoas um tanto comodistas e incapazes de assumir compromissos sérios, em condição de transformar nossas vidas e nossa maneira de ser.

Enquanto isso, a palavra de Deus continua correndo em busca de terra fértil onde deitar raízes. Quando a encontra, é certo que acabam as lágrimas de muitos “pequeninos”, o gemido de muitos injustiçados e o sofrimento de muitos abandonados.

Pe. Virgílio, ssp

, ,