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25/07/2020

17º Domingo do Tempo Comum

O Reino é busca e descoberta

Três das sete parábolas que Jesus conta no cap. 13 de Mateus estão no texto evangélico de hoje. São parábolas que falam do Reino de Deus e das transformações que ele provoca.

O Reino é um tesouro escondido que um homem encontra no campo. Sabendo de seu valor incomparável, com alegria esse homem vende tudo para comprar o campo onde se encontra aquele tesouro. Obviamente Jesus não está querendo dizer que alguém possa comprar o Reino, possuí-lo com operações individualistas de compra e venda. O tesouro escondido que se revela é o próprio modo de ser e de agir de Jesus que seus discípulos assumem. São as atitudes diferentes, de justiça e misericórdia, que transformam o mundo para o Reinado de Deus.

Reconhecer o Reino já em ação no mundo é ter a sabedoria do discernimento. Discernimento que dá sentido autêntico à vida, levando-nos a viver “cheios de alegria” verdadeira, mesmo em meio aos conflitos e dificuldades, fazendo escolhas coerentes com os valores que o Mestre nos deixou.

O Reino, além de se deixar encontrar, depende de nossas buscas. Como o comprador de pérolas que vive à procura e reconhece, na pérola mais preciosa, o bem maior. Ele também sabe discernir o valor do Reino diante de todas as riquezas que possam fascinar seu coração.

O Reino, ainda, é como uma rede de arrasto sendo lançada ao mar, apanhando todo tipo de peixe. A separação entre bons e maus será no final dos tempos, pois o Reino acontece aqui, sem excluir ninguém. Ele se mostra a todos, e todos têm a possibilidade de procurá-lo como bem maior.

À medida que nos tornamos “discípulos do Reino dos céus”, vamos tirando do tesouro “coisas novas e velhas”. Pois nem tudo o que é antigo deixou de valer e precisa ser descartado, assim como nem tudo o que é novo é bom. O critério permanece sempre o da justiça que traz ao mundo o Reinado de Deus, e não outros reinados. Antigas ou novas, o importante é que as coisas que cultivamos e oferecemos ao mundo nos mantenham comprometidos com o Reino. Afinal, onde está nosso tesouro, aí estará nosso coração, nossas opções de vida.

Pe. Paulo Bazaglia, ssp

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