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28/11/2020

1º Domingo do Advento – Reflexão

Por Pe. Sílvio Ribas, ssp

ALERTAS E DE PRONTIDÃO

Iniciamos a caminhada litúrgica do Advento: tempo propício de abrir o coração para a chegada de Deus que vem; tempo de preparação para o Natal do Senhor. A celebração litúrgica deste domingo é, ao mesmo tempo, apelo à manifestação gloriosa do Senhor e exortação à preparação para sua vinda, seguindo os passos de Jesus.

A primeira leitura mostra a situação do povo de Deus, que, passando pelos sofrimentos da reconstrução da vida comunitária e tendo de lidar com o peso dos muitos fracassos, se sente abandonado e desamparado. Ao sentir o silêncio de Deus, cresce o desalento, que se torna acusação. Como se em Deus recaísse a culpa pelos erros e escolhas equivocadas do povo.

Mas é nos meandros da história que se reconhece como Deus, feito oleiro, vai modelando misteriosamente a vida e os caminhos daqueles que permanecem fiéis à sua Palavra, sustentados pela esperança nele, que nunca abandona seu povo. O silêncio de Deus é somente aparente, pois, na verdade, Ele continua a falar ao coração e a guiar o caminho de seus filhos e filhas.

Guiados pelo silêncio operante de Deus, seus filhos e filhas seguem na esperança da manifestação definitiva do Cristo Jesus. Os olhos brilham com essa promessa, e o coração se enche de alegria nessa expectativa. Não bastam, porém, enlevamento e exaltação. A espera pelo encontro com o Senhor é uma espera ativa, que, ajudando a superar as dores e as angústias, impulsiona um agir coerente com a vontade divina: trata-se da vigilância evocada por Jesus no Evangelho.

Vigiar, portanto, não significa estagnar em uma espera passiva e até exaustiva, ignorando tudo e todos ao redor. Vigiar é a atitude consciente de quem se sente participante e responsável da administração dos bens que o próprio Jesus deixou aos nossos cuidados, até seu retorno definitivo. Nessa perspectiva, os dons que Deus dá a cada um se tornam serviço em favor do mundo e da humanidade: os verdadeiros bens que ele nos confia.

Reconhecendo nossa incompletude e fragilidade, somos convidados a nos colocarmos humildemente como barro nas mãos do Deus-Oleiro, que nos ajuda, em nossa pequenez, a cuidar dos bens a nós confiados. Assim, na nossa caminhada cotidiana, somos chamados a viver alertas e de prontidão, à espera do Senhor que vem, sendo colaboradores e colaboradoras no projeto de Jesus.

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