Blog

13/10/2022

Conheça o testemunho vocacional do Diácono Danilo Alves Lima, ssp

Por Diácono Danilo Alves, ssp

 

“Sei em quem acreditei” (2Tm 1,12)

Caro jovem vocacionado e demais leitores e leitoras do portal dos Paulinos, estou a poucos dias de minha ordenação presbiteral e venho partilhar com vocês um pouco da minha história vocacional. Sou o Diácono Danilo Alves Lima, tenho 31 anos e sou natural de Brejo Santo, no interior do Ceará. Sou filho de Maria Nativa Alves e Luiz Pedro de Lima, que já estão em Deus, e o mais novo de seis irmãos: Luciana, Luciene, Daniel, Laiene e Luana.

Não tenho como definir um momento exato no qual despertou em mim o desejo de ser padre. Nas minhas mais remotas lembranças da infância, esse desejo já estava lá. Aliás, brincar de “celebrar a missa” era uma das coisas que eu mais fazia, além de brincar de “rádio”. Eram esses os dois caminhos que sempre foram muito claros em minha vida: o sacerdócio e a comunicação. Muita coisa aconteceu até que eu chegasse a este momento que estou prestes a vivenciar!

Como toda criança do final dos anos 1990 e início dos anos 2000, minha infância foi marcada pela ausência de um aparelho que hoje é onipresente: o celular. Sendo assim, a maior parte das minhas brincadeiras (além daquelas citadas acima) acontecia na rua, para ser mais exato, na praça da Igreja Matriz de minha cidade. Foi ali que vivi bons momentos com meus amigos e familiares, uma vez que minha casa estava a poucos metros de distância. Quem é do interior sabe o precioso costume que tínhamos de nos sentar na calçada e, simplesmente, conviver, conversar. Hoje, o costume até permanece; mas cada um está fisgado por sua tela…

As brincadeiras aconteciam na praça, mas foi dentro da igreja que aprendi a amar a Jesus e Maria, e a querer ser padre, como era o meu pároco, Monsenhor Dermival de Anchieta Gondim. Em alguns momentos da minha adolescência, eu não queria ser um padre, mas queria ser o Padre Dermival, tamanha era a admiração que tinha por ele. Foi com ele que aprendi a participar todos os dias da santa missa. Eu era coroinha, e depois me tornei sacristão. Não tinha um dia sequer que, após o badalar do relógio das 18h30, a missa não iniciasse. O Padre Dermival não tinha folga, celebrava absolutamente todos os dias. Esse seu amor e zelo pela Eucaristia, de alguma forma, despertava o meu desejo de ser padre.

Nos finais de semana, eu acompanhava o Padre Dermival nas diversas comunidades rurais. Antes da missa, enquanto ele confessava os fiéis, eu preparava o altar para a celebração e anotava as intenções e, algumas vezes, os batismos que aconteceriam depois da missa. Era uma agenda cheia, visto que se tratava de uma paróquia com mais de 70 comunidades para um único padre. Nunca o vi reclamar do cansaço. A única coisa que ele reclamava, e muito, era da falta de pontualidade. Algumas vezes, eu perdia a hora, sobretudo para acordar cedo, e ouvia um “irresponsável” de sua voz grave. Mas ele também, a todo momento, tinha uma piada, uma brincadeira. Como um bom sacerdote, sabia bem dosar os momentos de seriedade e descontração. Outra lição, das muitas, que aprendi com ele. Muitas pessoas não compreendiam, por exemplo, como era possível eu ser um aluno malcomportado e, no altar, demonstrar uma maturidade superior à minha idade. Nem eu o sabia…

Neste testemunho vocacional, não poderia deixar de fazer uma homenagem ao Padre Dermival, pois ele foi um instrumento importante de Deus em minha vida. Em casa, tinha o grande exemplo de meus pais, que sempre honraram o sacramento do matrimônio. Minha mãe nunca me obrigou ir à igreja ou a participar da missa. Mas eu via nela a fé simples e verdadeira que nenhum livro de Teologia é capaz de ensinar. O seu amor pela Mãe Rainha contagiava a todos. A sua prontidão em servir os demais colocava em prática, com humildade, o ensinamento de Jesus: “Não vim para ser servido, mas para servir”. Sou muito grato a Deus por minha família, meus amigos e por todos que me ajudaram no meu caminho vocacional. A nossa vocação nunca é solitária!

A parte do “brincar de celebrar missa” vocês já puderam compreender um pouco como aconteceu. E a parte do “brincar de rádio”? Pois bem, não por acaso, os caminhos que segui me fizeram procurar a Congregação dos Padres e Irmãos Paulinos, cujo carisma específico na Igreja é a evangelização com a comunicação. Sou muito feliz por ser Paulino e, em breve, um padre Paulino. Com os Paulinos, aprendi a amar ainda mais a Jesus Cristo, a Maria e à Igreja. Com as oportunidades que me foram dadas, amadureci intelectual e espiritualmente a minha vocação.

Por isso, jovem vocacionado, se você está em dúvida de qual caminho seguir, não tenha medo de tomar uma decisão. Vale a pena! Só o aconselho que reze, e peça a Deus para iluminar seus passos. Ele certamente colocará pessoas que ajudarão a discernir sua vocação, assim como fez comigo. Não tenha medo!

Deus abençoe e rezem por mim!

 

, , , , , ,