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03/07/2021

Solenidade de São Pedro e São Paulo

Por Manoel Gomes, ssp


Na solenidade de São Pedro e São Paulo celebram-se festivamente as duas “colunas” da Igreja, em continuidade com a tradição mais antiga do cristianismo que já nos primeiros séculos fazia memória dos dois apóstolos nessa data, em suas respectivas basílicas. Pedro, tido como aquele que preside as igrejas na unidade e na caridade; Paulo, o grande propagador da Boa-nova de Jesus por toda parte.
A liturgia dessa celebração nos ajuda na compreensão do papel que Pedro e Paulo desempenharam nas primeiras comunidades cristãs e o que estava na origem disso. Da mesma forma, mostra-nos qual caminho devemos percorrer se quisermos nos assemelhar a eles no seguimento de Jesus.
A voz de Paulo faz-se ouvir por meio do famoso texto da segunda carta a Timóteo. São palavras muito fortes e tocantes que nos falam de alguém que se entregou sem reservas a uma missão e se vê, então, merecedor do prêmio reservado àqueles que lutam sem desistir nem desanimar. Paulo tem consciência de que a sua vida está próxima do fim e, fazendo uma retrospectiva, constata que combateu o bom combate, terminou sua carreira e guardou a fé. Foram muitas as dificuldades enfrentadas por Paulo durante o seu ministério, mas nada foi capaz de fazê-lo esmorecer ou deixar-se vencer.
O próprio Apóstolo diz a que se deve essa fortaleza: Deus esteve sempre ao seu lado, dando-lhe força. A sua missão de anunciar o Evangelho aos pagãos lhe havia sido confiada pelo próprio Deus e, por isso, ele sabia que não lhe faltaria a força divina para sustentá-lo.
O encontro com o Cristo ressuscitado a caminho de Damasco fez com que Paulo compreendesse aquilo ouvimos dos lábios de Pedro no texto do Evangelho: Jesus era, de fato, o Cristo, o Filho de Deus. Essa convicção iluminará o caminho e a missão dos apóstolos, mesmo que desenvolvidas de modo bastante diverso. Como o próprio Paulo dirá, Pedro deveria cuidar dos cristãos vindos do judaísmo enquanto Paulo deveria dirigir-se aos que chegavam do paganismo.
Temos aí duas dimensões irrenunciáveis do ser da Igreja: a unidade e a missionariedade. Peçamos ao Senhor a graça de sermos comunidades unidas no amor e, ao mesmo tempo, abertas ao anúncio do Evangelho de Cristo a todos os povos e de todas as formas possíveis.

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