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31/07/2021

Vocação e responsabilidade

Por Manoel Gomes, ssp

No projeto amoroso de Deus, para cada pessoa há um papel único e indispensável. Deus não nos criou como se fôssemos objetos sem vida ou simples marionetes. Ele nos quis como colaboradores em sua obra de salvação. É nossa tarefa descobrir o modo como podemos melhor contribuir com o seu projeto. A isso chamamos vocação. Por isso, na Igreja, o mês de agosto é especialmente dedicado à oração pelas vocações e à reflexão sobre o chamado de Deus a cada um de seus filhos e de suas filhas.

Ao longo do mês se tem a oportunidade de olhar com atenção para as principais vocações que compõem a comunidade cristã: a vocação sacerdotal, à vida matrimonial, religiosa e de todos os leigos comprometidos com a causa do Evangelho. Mas, para entendê-las, é necessário antes compreender que são formas distintas de responder ao mesmo chamado divino. Deus, em seu infinito amor, criou-nos para que o adoremos e sejamos seus colaboradores na construção de um mundo segundo o seu coração: um mundo marcado pelo amor e pela solidariedade, ou seja, o Reino de Deus.

Alguns, por motivos que nem sempre podem ser explicados, sentem que a melhor forma para essa colaboração é consagrar toda a vida à causa do Evangelho, optando pela vida religiosa em suas diversas manifestações ou pela vida sacerdotal. Essa escolha não faz deles melhores nem os coloca em uma posição mais elevada em relação aos outros irmãos. Trata-se somente de um modo concreto para responder a um chamado que é universal: o chamado à santidade.

Se um jovem se sente chamado à vida religiosa, deve, então, buscar conhecer os diversos carismas presentes na Igreja e perceber com o qual se identifica e que melhor corresponde às suas aptidões, levando-o a contribuir mais eficazmente para a ação evangelizadora da mesma Igreja.

O carisma paulino é um dos muitos suscitados pelo Espírito Santo na história da Igreja. O Bem-aventurado Tiago Alberione teve a intuição de usar os meios de comunicação (basicamente a imprensa quando a congregação teve início, em 1914) para levar o Evangelho a todos, de modo especial àqueles que já não iam à Igreja, deixando, assim, de ser alimentados pela pregação da Palavra de Deus. Os paulinos deveriam, portanto, exercer o ministério de verdadeiros pregadores: não nos púlpitos das igrejas apenas, mas por meio de seu apostolado eficaz e inovador.

Foi com esse objetivo que, em 1931, chegaram ao Brasil os dois primeiros missionários paulinos: padre Xavier Boano e padre Sebestião Trosso que, enviado para a Argentina, permaneceria pouco tempo em terras brasileiras. Não traziam dinheiro nem tinham planos estratégicos elaborados para a nova fundação; apenas queriam realizar aqui a missão recebida de Deus por meio do fundador. De maneira quase inacreditável, o padre Xavier conseguiu já no mesmo ano iniciar o apostolado da imprensa.

Ao celebrar noventa anos de fundação em terras brasileiras, cada paulino é convidado a refletir sobre o modo como tem vivido a sua consagração. O risco de perder a essência da vocação paulina e tornar-se um religioso ou presbítero “genérico” sempre existiu e sempre existirá. Por isso o fundador falava da “cor paulina”. Se essa deixa de existir, todo o apostolado torna-se apenas indústria e comércio. Cada religioso paulino é responsável por manter a chama do carisma acesa.

Deus, que suscitou o nosso carisma, é sempre fiel: se formos também nós fiéis ao nosso ideal e às promessas feitas no dia de nossa profissão, não nos faltarão vocações nem meios para o desenvolvimento de nossa missão.

Peçamos ao Divino Mestre que, nesse mês dedicado às vocações, muitos jovens sintam-se chamados a entrar para as nossas fileiras, consagrando-se totalmente a Deus e gastando toda a vida no anúncio do Evangelho.

Jesus, pastor eterno, enviai bons operários para a vossa messe!

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