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03/08/2021

Muitos são os chamados, mas…

Por Felipe Borges, Seminarista Paulino

O Beato Pe. Tiago Alberione e um grupo de seminaristas Paulinos

São diversos os modos de servir e evangelizar na Igreja – quer na vida religiosa consagrada e presbiteral, quer na vida familiar ou laical. Para nenhum desses caminhos falta trabalho. O que falta são operários disponíveis e comprometidos. O Documento de Puebla lembra: “Nem todos, entretanto, somos enviados a servir e evangelizar em virtude da mesma função. Uns o fazem como ministros hierárquicos, outros como leigos e outros pela vida consagrada. Todos, complementariamente, construímos o Reino de Deus na terra” (n. 853). Por isso, como Povo de Deus devemos estar atentos aos sinais dos tempos e inseridos nas diversas realidades eclesiais e sociais que nos cercam.

O mês de agosto, caracterizado como mês vocacional, favorece nossa reflexão a respeito de como estamos vivenciando nossa vocação de batizados e o que fazemos para promover as vocações – de modo especial à vida presbiteral e religiosa. O cuidado – palavra tão preciosa ao Papa Francisco – na manutenção da própria vocação e na ajuda à dos demais é constante desafio.

Em tempos marcados pelo relativismo, o cultivo da própria vocação requer real envolvimento com as motivações profundas da nossa vivência batismal. Um discernimento vocacional eficaz e maduro (especialmente voltado à vida religiosa) inclui estes sinais:

“a) As qualidades humanas, a saúde física e psíquica, o domínio de si a capacidade de relacionar-se com os outros para viver e trabalhar em comunidade.

  1. b) A fé viva em Jesus Cristo, a devoção à Virgem Maria, o gosto pelos Sacramentos, o serviço à comunidade, a doação de si mesmo aos mais necessitados, o espírito de sacrifício que permita superar as insistentes tentações do prazer sem regras morais e do consumismo que sofrem os jovens nos ambientes urbanos e nas culturas pós-modernas.
  2. c) A disponibilidade para formar-se, deixar-se guiar especialmente pela direção espiritual e preparar-se para o serviço eclesial.
  3. d) Haver demonstrado, na experiência de alguma ação apostólica, uma atitude de serviço aos outros, demonstrando percepção de suas necessidades, compaixão e vontade de manifestar a eles a misericórdia de Deus.
  4. e) A reta intenção e clareza de motivação na escolha vocacional de total consagração ao Ministério Ordenado, à Vida Consagrada, e ao especial discernimento no carisma congregacional.” 1

Um discernimento vocacional maduro e sadio será causa de alegria e uma evangelização  abundante na vida de toda Igreja a caminho do Reino definitivo, em meio as alegrias e esperanças dos homens e mulheres de hoje.

Rezemos com persistência por todas as vocações neste mês, inspirando-nos nas palavras do Papa Francisco:2

“Pai de misericórdia, que destes o vosso Filho pela nossa salvação e sempre nos sustentais com os dons do vosso Espírito, concedei-nos comunidades cristãs vivas, fervorosas e felizes, que sejam fontes de vida fraterna e suscitem nos jovens o desejo de se consagrarem a Vós e à evangelização. Sustentai-as no seu compromisso de propor uma adequada catequese vocacional e caminhos de especial consagração. Dai sabedoria para o necessário discernimento vocacional, de modo que, em tudo, resplandeça a grandeza do vosso amor misericordioso. Maria, Mãe e educadora de Jesus, interceda por cada comunidade cristã, para que, tornada fecunda pelo Espírito Santo, seja fonte de vocações autênticas para o serviço do povo santo de Deus.”

Referências

1. Documento da Igreja na América Latina: A Pastoral Vocacional no Continente da Esperança, Paulinas editora, 1994, 36.

2. Papa Francisco – 53º Dia Mundial de Oração pelas Vocações – 17 de Abril de 2016 – IV Domingo da Páscoa