Por Pe. Mário Pizetta, ssp
Todo vocacionado é um predestinado, um escolhido? A resposta vamos busca-la na vida do profeta Jeremias.
“Antes de formar você de sua mãe, eu o conheci; antes que você fosse dado à luz, eu o consagrei, para fazer de você profeta das nações” (Jr 1,5).
O caminho da realização vocacional está permeado de mistério. Alguns pedagogos vocacionais afirmam que quando a caminhada vocacional possui mistérios é sinal de que Deus se continua presente, porque Deus se move no mistério.
Percebemos em Jeremias a hesitação, a dúvida, o medo: “Ah senhor Javé, eu não sei falar, porque sou ainda uma criança” (Jr 1,6). Sim, o vocacionado é sempre criança diante de Deus (não é no sentido biológico, é claro, mas enquanto é capaz de acolher o mistério de Deus).
No entanto, Deus insiste: “Não diga ‘sou ainda criança’, porque você irá a quem eu mandar e anunciará aquilo que eu ordenar. Não tenha medo deles, pois eu estou com você para protegê-lo” (Jr 1,7-8). Quando Deus chama, estabelece para cada pessoa uma missão, pois é em função da missão que Deus quer os profetas. Todo vocacionado tem diante de si uma tarefa: “Hoje eu estabeleço você sobre nações e reinos, para arrancar e arrasar, para demolir e destruir, para construir e plantar” (Jr 1,10).
Quando tomamos consciência da missão a que Deus nos chama, tomamos também consciência de que devemos ser profetas, porque somente na missão conhecemos os desafios de ser profeta. Só podemos ser profetas na luta, na realidade, para denunciar o que não está conforme os planos de Deus e anunciar algo novo. O profeta é então, alguém que vive em profunda união com Deus.
Deus vai se revelando pouco a pouco ao vocacionado. Há sempre a dimensão da surpresa. Sempre admirei os que, descobrindo dia a dia a surpresa de Deus, sabem ser profetas até a morte.
Para refletir:
Jovem, o que é para você ser profeta hoje?
