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02/10/2021

A devoção aos Anjos na Espiritualidade Paulina

Pixabay

O Fundador dos Paulinos, o Bem-aventurado Tiago Alberione herdou, da tradição e da educação recebida, a devoção aos anjos – como se pode notar na Coroazinha aos Anjos da Guarda – não quis que ela fosse vivida simplesmente como culto privado; acentuou sua perspectiva social e eclesial.

1.Padre Alberione afirma com insistência a luta insana entre os Anjos e os demônios, luta que se manifesta mais agudamente no campo da comunicação social, dada a grande influência que esta exerce sobre a humanidade: “A luta que um dia aconteceu no céu continua agora na terra…” (Orações, 134). Por isso, as funções dos Anjos são múltiplas. Assim são descritas por Padre Alberione em CISP 655:

a)afastar-nos dos perigos corporais, prevenindo-nos ou removendo-os;

b)ajudar-nos nas coisas materiais, especialmente se for útil para nossa alma;

c)combater o demônio, para que não nos tente ou possa ser vencido por nós;

d)fazer com que sintamos as inspirações dos Anjos para nos orientar para o bem;

e)apresentar a Deus as nossas orações, acompanhadas da intercessão deles;

f)conseguir para nós ocasiões de mérito e assistir-nos na hora da morte.

2. Os Anjos são, portanto, os protetores naturais das técnicas audiovisuais. Devemos invoca-los para que protejam os “técnicos e propagandistas” e todos os que se servem das “das técnicas audiovisuais”. Além disso, pede-se aos Anjos vocações e colaboradores para estes apostolados; enfim, para que os meios de comunicação sirvam para “levantar o nível da vida presente e orientar a humanidade para os bens eternos” (Orações 135; cf. IM 3,24; “Communio et Progressio”, 6-8).

3. A perspectiva dessa presença se torna cósmica: os Anjos “abençoam e reparam” diante da Trindade todos os nossos pecados e “esquecimentos” ; são convidados a cantar o hino que iniciaram na gruta de Belém: glória a Deus e paz aos homens, o duplo objetivo da Família Paulina. São feitas súplicas pela humanidade inteira, para que esta adore o verdadeiro Deus e seu Filho Jesus Cristo, reconhecendo a Igreja por ele fundada. Invoca-se a proteção dos anjos em favor de três categorias de pessoas: “governantes, trabalhadores e sofredores” (Orações, 135).

4. Se reconhecemos as benéficas funções exercidas pelo Anjo em relação ao homem, somos todos chamados para uma resposta de São Bernardo, retomado pelo Fundador: “A palavra Anjo, quanta reverência, devoção e confiança deve sugerir-te:

1.Reverência, porque ele é puríssimo, santo, sempre presente…

2.Confiança, uma vez que cuida de você. Está presente, não apenas com você, mas por você, para o proteger e ajudar… É fiel, é prudente, é poderoso…

3.Devoção, isto é, amor, pela sua benevolência. É amigo, benfeitor, irmão, e um dia será coerdeiro no céu” (CISP 656).

Pontos para reflexão

– A luta entre os anjos e os demônios não é manifestação da fantasia, mas é uma realidade. Todos, aliás, estão envolvidos nesta luta diária contra o mal. Cf. Gn 3,15; Eclo 4,28; Dn 10,20; Rm 13,12; Gl 5,24; Ef 6,10-20.

– A presença do demônio se manifesta naquela doença do espírito que é o egoísmo. Combater o egoísmo significa aliar-se ao espírito (Gl 5,16ss), mas, ao mesmo tempo, experimentar a fraqueza da nossa carne. Cf. Rm 7,14ss; 8,5-13; 13,14; Ef 2,3; 2Pd 2,10; 1Jo 2,16.

Cf. Catequese Paulina, p. 273-275