Por Serviço de Animação Vocacional
Memória litúrgica das Irmãs de Jesus Bom Pastor (Pastorinhas). Uma das congregações femininas da Família Paulina
Como outros fundadores de ordens e congregações religiosas, o Bem-aventurado Tiago Alberione, iluminado pelo Espírito, fez uma cuidadosa escolha das imagens e títulos a serem propostos, ciente da força que exerceriam ao longo dos tempos na vida e missão da respectiva fundação. Assim, ao lado do titular da Congregação das Irmãs de Jesus Bom Pastor, colocou Maria Santíssima invocada com o título de Pastora, ou Mãe do Bom Pastor, e os Santos Apóstolos Pedro e Paulo, os escolhidos e enviados com uma missão ímpar. Visualiza desta forma a espiritualidade centrada em Jesus Bom Pastor Caminho, Verdade e Vida.
Maria Mãe do Bom Pastor e nossa Pastora nos é apresentada junto ao Filho adolescente e às ovelhas, no ato de apresentar Jesus às ovelhas e com Ele lhes oferecer alimento. É uma clara evocação da Eucaristia e da Palavra, fontes e sustento da Vida Cristã e da Igreja no seu todo, pela dimensão comunitária que o quadro traduz. Esta imagem tem um sólido embasamento bíblico, que é a cena pastoral, descrita em Jo 19,25-27, em que, pendente da Cruz, Jesus vê bem próximo, algumas pessoas e destaca a sua Mãe e João, o discípulo amado. Ele se dirige à Mãe, dizendo: “Mulher, eis o teu filho!” E ao discípulo: “Eis a tua mãe!” É uma cena que transcende a piedade filial de confiar a própria mãe a alguém leal e de toda confiança. Ele a tratou de Mulher, a nova Eva, mãe da nova família, a família de Deus. Ela se torna figura da Mãe-Igreja. Está assim inaugurada a Maternidade Espiritual. E poderíamos dizer, a Maternidade Pastoral. No Crucifixo, distintivo das Irmãs Pastorinhas, Pe. Alberione mandou cunhar esta imagem e palavras da entrega da mãe e do filho. Maria acolhe a nova missão, reconhecendo, no discípulo amado, a humanidade inteira, necessitada de uma mãe que a oriente para Cristo.
“A primeira cooperadora do ministério pastoral de Jesus foi Nossa Senhora. Se Jesus pregava o Evangelho, ela o vivia, dia por dia. Ela iniciou sua missão no Calvário, onde acolheu todos os homens, foi para o cenáculo com os apóstolos, os encorajou à fidelidade e à perseverança na oração. Levou nos braços a Igreja nascente, conduzindo todos a Jesus, como verdadeira pastora” (Alberione. À Fonte, 1948, 76). Assim, a imagem de Maria Pastora é um convite dirigido a todas as mulheres cristãs a viverem a maternidade espiritual junto a todos e todas que o Senhor coloca em seu caminho. Maternidade espiritual que se expressa no acompanhamento da fé das pessoas, mas que tem começo em pequenos e singelos gestos humanos, bem humanos.