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01/09/2021

Ler as Sagradas Escrituras

Por Felipe Borges, Seminarista Paulino

“Quem lê o livro divino torna a si linguagem de Deus, expressa a linguagem divina e adquire eficácia divina no apostolado” (bem-aventurado pe. Tiago Alberione).

O bem-aventurado Pe. Tiago Alberione escreveu um bonito livro de Catequese Bíblica, impresso pelas Irmãs Paulinas em 1933, cujo título traduzido para o português é: “Leiam as Sagradas Escrituras”. Escrito num período em que a Palavra de Deus estava longe de se tornar alimento espiritual para todo povo de Deus. Recordamos passagens deste livro neste tempo em que a Família Paulina celebra seu Ano Bíblico e a Igreja no Brasil o mês da Bíblia em seus 50 anos de história.
O nosso Fundador, a começar por essa obra, mas ao longo de toda sua vida, inculcou e sublinhou, sem nunca se cansar, a urgência de uma leitura espiritual da Bíblia; o valor da leitura comunitária; a importância de pôr a Escritura em relação com a vida e a missão e lê-la por inteiro sobre essa luz. Ele recomendava: “Devemos ler a Bíblia com muita atenção e afeto, como um filho que está distante da casa paterna lê a carta de seu pai…”. Apresentando-a como livro do Espírito ele repetia: “É necessário que o Espírito Santo mova os homens a ler, incline o seu coração a amar o livro sagrado, abra a mente para compreendê-lo conforme os ensinamentos da fé e dê a eles a graça de praticar tudo quanto tiverem lido. Invoquemos, portanto, o Espírito e peçamos que possamos compreender”. Dirigindo-se, em seguida diretamente aos seus filhos e filhas, apresenta a leitura bíblica como código pastoral insubstituível e lembra: “Quem lê o livro divino torna a si linguagem de Deus, expressa a linguagem divina e adquire eficácia divina no apostolado”.
A Bíblia ilumina o caminho de quem se dispõe a levar a Boa Nova ao mundo. Ela é lida, refletida e rezada na Igreja, casa da Palavra, para se colher o seu significado eficaz e forte que muda o coração e a vida. É importante colocá-la no dinamismo da tradição viva da comunidade de fé e busca com sinceridade a luz que ela contém para o tempo presente e as respostas para as indagações dos homens e mulheres de nosso tempo.
Em sintonia com o texto escolhido para o mês da Bíblia deste ano, a carta aos Gálatas, possamos crescer na verdadeira liberdade e fidelidade ao Evangelho – temas tão centrais presentes nessa carta do apóstolo Paulo à Igreja da Galácia e à Igreja de hoje, em meio à longa e avassaladora pandemia e a tantos descompromissos com a liberdade e dignidade dos filhos e filhas de Deus.