Por Pe. Mário Pizetta, ssp
Estar à frente de uma Igreja em área urbana é desafio constante. Não é diferente com a Paróquia Santo Inácio de Loyola e São Paulo Apóstolo, dirigida pelos Padres e Irmãos Paulinos. Temos como patrono o padre Tiago Alberione, um italiano visionário que já no início do século passado perseguia o ideal do Papa Francisco: “a construção de uma Igreja em saída”. Alberione inspirou-se no apóstolo Paulo e, assim, cada religioso paulino é chamado a dar testemunho do Evangelho com o mesmo zelo do apóstolo Paulo na cultura da comunicação. Faço, a seguir, um breve relato do ideal de nosso fundador e de nossa paróquia.
Nascimento: quando o padre Tiago Alberione iniciou a Congregação dos Padres e Irmãos Paulinos, em 1914, desenvolvia o ministério como auxiliar de uma paróquia no norte da Itália. Da experiência pastoral nasceu o desejo de iniciar uma instituição que atendesse aos desa os da evangelização:
“Fazer a Igreja ir até as pessoas”. Com Alberione, a literatura tornou-se instrumento para adentrar os lares e tornar Jesus conhecido e vivido. Depois vieram os folhetos, as revistas, o cinema. A tecnologia, influenciadora de costumes, não para de avançar. Triste é constatar a falta de conteúdos evangélicos adaptados para essas novas tecnologias.
Missão: por entender que o serviço paroquial não é o único local de missão apostólica, padre Alberione revolucionou a forma de evangelizar. Não ignorava o peso do atendimento pastoral, apenas buscava novas expressões, apostando que a paróquia tinha de sair das quatro paredes e estar no meio do povo. Essa é nossa missão como discípulos missionários e propagadores da mensagem. Temos de saber o que o ele faz e fala, ou corremos o risco de fazer uma pastoral de escritório. O engajamento pastoral é vital para a eficácia da evangelização, pois sentimos os anseios do povo de Deus. A atuação na comunidade é fonte inspiradora para novas iniciativas de revitalização da evangelização e estímulo para o caminhar missionário.
Paróquia Paulina: os Paulinos chegaram ao Brasil em 20 de agosto de 1931. Estão presentes em todo o território nacional. Em São Paulo, têm apenas a paróquia Santo Inácio de Loyola e São Paulo Apóstolo , na Vila Mariana. Esta foi assumida como condição para a aceitação dos Padres e Irmãos Paulinos na cidade que tem o nome do incansável apóstolo Paulo. Sua construção contou com a ajuda dos migrantes italianos do bairro. Fundada em 1940, teve como primeiro pároco o padre Romano Gori, que permaneceu por cinquenta anos até os anos 90. Padre Manoel Quinta o sucedeu, seguido dos padres José Dias Goulart, Mario Mancini (falecido) e agora por mim, Mário Pizetta.
O nome Santo Inácio de Loyola se deve ao fato de que havia, na Vila Mariana, um noviciado jesuíta. Ainda hoje nos perguntam se a paróquia é jesuíta. Ela está inserida numa região de classe média onde residem muitos prossionais, como médicos, advogados, dentistas, engenheiros, professores, além de estudantes, principalmente vindos do interior, e muitos idosos. Em fevereiro de 2021 foi acrescentado como Padroeiro, São Paulo Apóstolo, o mesmo Patrono dos Padres e Irmãos Paulinos.
A paróquia tem duas missas diárias: manhã e tarde. Valoriza muito os sacramentos. Os serviços de pastoral são intensos, contudo, temos consciência de que necessitam de revitalização. A catequese lidera em prioridade.
A Pastoral da Saúde é o exemplo mais forte de uma Igreja em saída; é signi cativa a participação na Liturgia; o número de casamentos caiu muito; os batizados somam de oito a dez por mês; os jovens, bem atuantes, buscam estruturar seu grupo: Tabor.
A comunicação também é o nosso alvo. Temos um boletim informativo bimensal (1.200 exemplares), site (média de 200 acessos diários) e Facebook. Além de maior vivência pastoral, buscamos desenvolver na comunidade a consciência de “Igreja em estado permanente de missão”. Segundo Alberione, “nossa paróquia é o mundo”
