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23/04/2015

Queremos operários para os novos tempos

Por Roni Hernandes, Sacerdote Paulino

“Todos nós devemos mostrar para os jovens que a primeira vocação a ser vivida é a vocação ao Amor.”

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O tempo corre rapidamente e as coisas mudam totalmente. Com isso, aparecem novas formas de compreender e discernir o chamado de Deus. Novos também são as dificuldades e desafios que os jovens vão encontrando em seus caminhos. Neste tempo de rápidas e profundas transformações, nada mais natural que encontrar jovens em crise reclamando das dificuldades da vida, do trabalho, do estudo, das relações sociais, da relação com os pais, e assim por diante. Em meio a todas essas provocações, os jovens ainda encontram um tempo para questionar sobre o sentido da vida. Eles sempre buscam alguém de confiança para conversar sobre vários assuntos; dentre eles, a respeito do sentido da própria vocação.

Diante dessa realidade, nos sentimos questionados enquanto animadores vocacionais. Não podemos fechar as portas para esta situação. Esta realidade de crise e de tantos outros desafios aqui não citados não pode nos afastar dos jovens. Sabemos que os períodos de crises não estão reservados apenas para os jovens, pelo contrário, todos nós também experimentamos na pele essas penúrias. Passamos por momentos difíceis na caminhada e buscamos a cada ocasião dar uma resposta possível para esses problemas. Nesse campo, sofrem os religiosos, religiosas, sacerdotes, a Igreja, os jovens, a família, etc.

Frente a esta situação, algumas pessoas mais distraídas em relação a esta circunstância preferem jogar a responsabilidade para cima dos jovens ou então resguardar-se no discurso de que não há vocação. No entanto, este modo de agir não é cristão. Todos nós somos chamados a cooperar na reflexão, na interpretação dos acontecimentos e na busca de respostas construtivas pautadas pelo Evangelho. Frequentemente, os jovens nos procuram e não é para pedir coisas materiais, eles querem alguém que possa ajudá-los a discernir com seriedade o sentido da vida.

As comunidades de vida, congregações religiosas e dioceses que desejam continuar com sua missão e carismas específicos devem estar atentas a isso. Cada vez mais, o papa Francisco nos orienta para que possamos ser pessoas tocadas pelo amor. Jesus atraia muitas pessoas para a sua missão, porém, a sua proposta missionária estava fundamentada no amor. Devemos mostrar para os jovens que a vida religiosa é feita de pessoas frágeis, que têm suas dificuldades, seus desafios, suas crises, são feitas de barro, mas apesar de tudo são pessoas que amam. Não há crise que resista à permanência do amor.

Não só os animadores vocacionais, mas todos nós devemos mostrar para os jovens que a primeira vocação a ser vivida é a vocação ao Amor. O vocacionado só vai comprometer-se com a causa do Reino de Deus quando comprometer-se primeiramente com a causa do amor. Homens, mulheres, jovens e crianças têm suas crises, mas eles reconhecem o trabalho importante da Igreja na vivência e experiência da própria fé. A fala dos religiosos tem uma importância muito grande na formação dos nossos jovens. Isso fica muito claro nas partilhas de grupos. É nesse ambiente que devemos promover a cultura vocacional começando pelo acolhimento, escutando com atenção os apelos dos jovens e orientando-os com um discernimento sério acerca da vida.

Agradecemos a Deus pela presença maravilhosa dos jovens em nosso meio, e peçamos a iluminação do Espírito Santo para que sejamos capazes de acolher essas vocações como pedras preciosas para o anúncio do Reino de Deus. Que Jesus Mestre, Caminho, Verdade e Vida, São Paulo apóstolo, Maria, Rainha dos apóstolos, e o bem-aventurado Pe. Tiago Alberione nos ajudem no exercício da nossa missão em prol das vocações, cativando e animando os jovens na caminhada vocacional, principalmente indo ao encontro daqueles que estão com o coração ferido.