Blog

29/04/2024

Unidos a Cristo e ao Pai

Por Pe. Nilo Luza, ssp

A videira é uma planta que é bem familiar ao povo da Palestina e exige muitos cuidados. Para falar do seu relacionamento com o Pai, ao dirigir-se ao povo da roça, Jesus utiliza a imagem da videira. Os discípulos são os ramos que devem permanecer unidos ao tronco – Jesus –, para produzirem bons e abundantes frutos. Ramos desligados do tronco não produzem e para nada servem.

A poda é dolorosa, mas faz parte do cuidado necessário para o revigoramento dos ramos e sua fertilidade. Sem a poda, a videira vai perdendo a vitalidade necessária para produzir uvas de qualidade.

Os discípulos são os ramos, Jesus é a videira, e o vinhateiro (aquele que cuida da videira) é o Pai. Percebemos assim uma solidariedade profunda entre os discípulos, Jesus e o Pai. Solidariedade necessária para haver união de vida. União essencial para viver a vida divina e produzir as obras (frutos) que Deus espera.

Estar desligado do tronco significa cultivar uma pretensão de autossuficiência que afasta de Deus, de Jesus e dos irmãos e irmãs de comunidade. Para que um ramo possa receber a seiva e frutificar, deve necessariamente estar unido à videira: “Se não permanecerdes em mim, não podereis dar fruto”. Portanto, unidos a Cristo, receberemos a seiva necessária para realizar o que ele fez e ensinou.

Jesus é, com efeito, a verdadeira videira, plantada e cuidada pelo Pai. Ele não decepcionou o Pai, pois sempre produziu bons frutos em favor da vida. Correspondeu aos cuidados que ovinhateiro lhe dedicou, por isso produziu frutos saborosos para Deus e para o povo.

No Antigo Testamento, o povo de Israel era considerado a vinha do Senhor; no Novo, a comunidade cristã é a videira que Jesus plantou e da qual cuida com muito carinho. Ela é convidada a produzir bons e abundantes frutos, à semelhança do Mestre de Nazaré. Quando isso não acontece, ela precisa passar pela poda, para eliminar tudo o que impede uma autêntica vivência cristã. Nosso Pai será glorificado à medida que nos tornarmos videiras viçosas que produzem frutos de amor e solidariedade.

Publicado em 28 de abril de 2024 – Liturgia Diária – Ano 33 • N° 388

, , ,