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22/04/2020

Falece decano da congregação dos Paulinos no mundo

Por Serviço de Animação Vocacional

No dia 20 de Abril, retornou à casa do Pai em St. Eugene de Roma (Itália), o Discípulo do Divino Mestre, Francesco Pietro Rossi

99 anos de idade, 85 de vida paulina e 82 de profissão religiosa

O Ir. Francisco Rossi era o decano da Congregação. Teria cumprido um século de vida no próximo dia 5 de outubro se a progressiva decadência física, devido à idade, não o tivesse apagado lentamente, obrigando-o a ser hospitalizado há alguns dias.

Nasceu em Istrana, uma aldeia na província de Treviso (Itália), em 5 de outubro de 1920; seu pai se chamava João e sua mãe Carolina Rosin. Na família, muito religiosa e trabalhadora, eram, além dele, outros 10 entre irmãos irmãs. A Primeira Guerra Mundial, que naquela zona, perto da famosa “linha do Piave”, registrou combates de extrema violência, tinha terminado há um par de anos. Então Francisco nasceu e cresce num tempo de paz, mas caracterizado por uma grande pobreza, embora digna. É coetânea de figuras ilustres, que marcaram de modo relevante a Itália e o mundo inteiro no século passado: São João Paulo II, o diretor de cinema Federico Fellini, ator Alberto Sordi, escritores Isaac Asimov e Gianni Rodari, os jornalistas Giorgio Bocca e Enzo Biagi.

Batizado logo após o nascimento, foi confirmado em 25 de março de 1928 na catedral de Treviso pelo bispo da cidade véneta, mons. André Jacinto Longhin, proclamado Beato pelo Papa João Paulo II em 20 de outubro de 2002. Entrou na Casa de Alba em 27 de julho de 1934. O pároco do Santuário mariano de Conscio, localidade para onde se tinha deslocado a família, elogiava o carácter e a disposição de ânimo, apresentando-o assim ao Pe. Alberione no momento da entrada: «Diligentíssimo em aprender a doutrina cristã, amante do estudo e também incansável trabalhador, sem pitada de preguiça». Dotes todos estes que se moldarão muito bem às 4 rodas do carro paulino e que Francisco continuará a cultivar no curso de toda a sua longa vida. Nos primeiros anos trabalhou na fundição do chumbo utilizado para os caracteres tipográficos. Entrou no noviciado, em Alba, em 19 de março de 1937. Entre seus companheiros Discípulos do Divino Mestre contavam-se o futuro venerável Ir. André Borello, os Ir. Mario Celestino Rizzo, José María Tito Della Bártola e Alfonso María Bernardo Panaro. Com eles emitiu os primeiros votos religiosos em 8 de abril de 1938, tomando o nome de Pedro. Em 20 de março de 1944, em pleno conflito mundial e com os mesmos companheiros do noviciado, professou os votos perpétuos consagrando-se para sempre a Deus.

O Irmão Francisco viveu na Casa Mãe até 1948, ocupando-se com entusiasmo do trabalho da fábrica de papel, com o compromisso de produzir diariamente a quantidade necessária de papel para impressão. Em 1948 foi mudou-se para a casa de Génova, aberta apenas 3 anos antes para alojar os local da agência da Editora Romana Film (REF), antecessora da São Paulo Film (filme). Promovido ao longo e largo pelas paróquias e salas cinematográficas da arquidiocese lígure as longas-metragens de nosso catálogo. Encaminhado já neste promissor setor apostólico, passou primeiro à agência de Milão (1951-1953) e depois à de Roma (1953-1962) para servir o povo de Deus nesse mesmo apostolado de difusão. Em 1962 volta a Alba, ocupando-se escondido no grande armazém da Casa Mãe. Serviu ali ao Senhor até 1971, quando foi transladado à comunidade São Paulo de Roma, chamado a servir na tipografia: entre máquinas planas, Minerva e encadernação completou dignamente o seu currículo apostólico até ao encerramento definitivo da estrutura em 2002.

Sempre muito pontual na vida comunitária, respeitoso com todos, de caráter alegre, amante da Congregação, o Ir. Francisco desempenhou o apostolado com amor e entusiasmo. Por isso foi, segundo o testemunho de diversos irmãos Discípulos, um verdadeiro modelo de apóstolo paulino, capaz de atrair a todos com sua atitude silenciosa e operosa, inclusive quando nos últimos anos da tipografia, já perto dos 80 anos, prestou serviço como “Jolly”, disponível a qualquer ocupação.

Não por isso descuidou a estudiosidade paulina: frequentemente ia a conferências e, de 1981 a 1984, frequentou também um curso de liturgia para leigos no Pontifício Instituto litúrgico São Anselmo de Roma. Uma formação que associou sempre ao serviço da caridade, seja quando, desde os primeiros anos 1980, foi por muito tempo ministro extraordinário da Comunhão no Centro Traumatológico Ortopedia (CTO) de Roma, seja ao longo de quase trinta anos em que acompanhou, desde o seu início como exorcista da diocese de Roma (1985), o P. Gabriel Amorth no ministério comprometido a favor das almas agitadas pelo demônio.

É impressionante um último aspecto do Ir. Francisco: tomou conta de recordar na Missa comunitária diária os paulinos defuntos, cujos nomes tomava da Agenda paulina, mas procurando recordar, depois de tê-lo estudou, algum particular de suas vidas para propor-se momentaneamente aos confrades. Um presente de memória que também hoje serve como modelo para viver em comunhão de espírito entre nós, mesmo no meio das múltiplas fadigas inerentes ao apostolado paulino, como antecipação da eterna Bem-aventurança, prometida na Páscoa de Jesus, que acabamos de celebrar.

Roma, 22 de abril de 2020

Pe. Stéfano Stimamiglio, ssp

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