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03/05/2021

RELEMBRANÇAS – 5: Pe. José Carlos Feliciano dos Santos

Por Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp

Nasceu em Marília, a 440 km da capital paulista, no dia 9 de julho de 1962. Era um meninão alegre, simpático, sorriso generoso, companheiro, trabalhador. Essas características ele as preservou, ao entrar para a Pia Sociedade de São Paulo, em 1984. Tocava violão, do qual extraía belas melodias para animar a liturgia em nossa capela, ou durante alguns encontros nas comunidades paroquiais vizinhas.

Respeitoso, e sério ao mesmo tempo, executava com responsabilidade os trabalhos que lhe eram confiados, na gráfica e no departamento de difusão da PAULUS. Cresceu no zelo pelo apostolado paulino, de tal modo que, com dois anos de ministério presbiteral, foi nomeado diretor geral de apostolado, cargo esse que sua morte precoce não lhe permitiu sequer assumir. Sim, parou nesse ponto. Trabalhava de modo excessivo e foi acometido pela hepatite B, que o consumiu de modo inexorável e rápido. De fato, a enfermidade, não obstante os tratamentos adequados, não lhe deu trégua e o arrebatou no frescor da juventude. Os Paulinos e sua família fomos surpreendidos com a dolorosa notícia de seu falecimento na manhãzinha do dia 16 de novembro de 1996. Aos 34 anos de idade.

Programaram-se em seu sufrágio duas celebrações eucarísticas de exéquias: uma na Cidade Paulina, onde Pe. Feliciano residiu por alguns anos, e outra, em Campinas, a 100 km de São Paulo, no Jardim Yeda, onde habitam seus familiares. Para sua missa de corpo presente, celebrada em Campinas, compareceram diversos coirmãos da Congregação dos Paulinos; funcionários da PAULUS e, naturalmente, seus familiares e amigos. Durante a celebração, não houve Paulino que não chorasse. Ao lado do caixão, reclinado sobre o corpo inane do filho, permanecia o pai, José Feliciano dos Santos, com olhar piedoso e semblante visivelmente triste. Edna, uma funcionária da divulgação, setor dirigido pelo Padre Feliciano, derramava lágrimas aos borbotões. Diante dessa comovente cena, aproximei-me da jovem aflita e, com sincera intenção de aliviar-lhe a dor, dei-lhe caloroso abraço. Gesto solidário, porém ineficaz: a moça seguiu soluçando.

Se o pranto parece ocupar amplo espaço nesta narração, ao menos duas razões há. Primeira, por tratar-se de pessoa ainda nos seus verdes anos, arrebatada pela irmã morte; segunda, porque Padre Feliciano dos Santos era indiscutivelmente benquisto por grande número de pessoas. “Felizes os mansos, porque herdarão a terra” (Mt 5,5).

Jaz sepultado no “Cemitério Parque das Flores”, em Campinas, não distante de seus irmãos e outros parentes.