Institutos Paulinos: uma organização de leigos

Os contatos do jovem sacerdote com os generosos e decididos leigos que vinham para ouvir as suas conferências no campo sociopolítico ou o encontravam como diretor espiritual dos terciários dominicanos enriqueceram-no como padre e o tornaram ainda mais aberto ao laicato católico. Graças também àqueles encontros, ele se convenceu de que “o cristianismo não é um conjunto de cerimônias, de atos externos, de reverências etc.: é uma vida nova […]. É necessário que o homem seja cristão não só pelo batismo, não só na igreja; mas no lar, na família, na sociedade” (ATP [Appunti di teologia pastorale] 81-82).

Sacerdote “secular”
Para desenvolver uma pastoral nesses moldes, claramente “integral”, ele mesmo como padre sai da sacristia, como que exclamando: “Como é possível fazer o bem a quem não se conhece? Como sermos procurados se ninguém nos conhece?” (ib. 84). Naqueles anos, ele escreve, repetindo o evangelho, que o pároco e “pastor de todos” deixa “as noventa e nove ovelhinhas seguras para recuperar a única perdida” (ib. 86). Em outras palavras, afirma que para um sacerdote é muito pouco tornar-se santo, salvando-se a si mesmo, reduzindo a própria vida e ministério à missa e ao breviário: equivaleria a viver no claustro.

Projeto “leigo”
Sabe-se que no seu primeiro projeto fundacional, Pe. Alberione previa uma organização católica de escritores, técnicos, propagandistas (cf. AD 23), isto é, livreiros e revendedores, porém todos leigos, profissionais, para confiar-lhes as tarefas da nova evangelização (cf. AD 23-25). “Como se sabe – escrevia o paulino Pe. Rosário Espósito (1933-2007) –, no princípio julgava-se que a nova missão não seria capaz de subsistir na estrutura da vida religiosa” (F. R. ESPOSITO, L’organico paolino, em PP 157).

Uma passagem que não é renúncia
Em 1910, Pe. Alberione passa da perspectiva de uma “organização católica de escritores, técnicos, livreiros” à de uma instituição de vida comum religiosa” (AD 23). A partir de 1910, como ele afirma, compreendeu que à frente dos leigos deveriam existir religiosos e religiosas. Tudo isso também com o fim de garantir melhor a ortodoxia da doutrina, veiculada pela atividade de pessoas que se unem por votos religiosos.
No clima das graves agitações sociorreligiosas do seu tempo, assumir a radicalidade evangélica na consagração religiosa permanecia de fato como uma escolha irrenunciável para garantir à sua obra também uma plena inserção no tecido eclesial. Além disso, tomava essa decisão porque estava convencido de que tal escolha garantia unidade, estabilidade e sobrenaturalidade às obras das instituições que seriam delineadas conforme seus projetos.
Estes são os motivos pelos quais a exigência da vida religiosa para as Instituições por ele iniciadas estará presente com insistência nos vários pedidos em vista de obter para elas a aprovação canônica da Igreja.
O recrutamento das vocações e a formação da estrutura que lhe servirá de suporte darão a Pe. Alberione as condições para que ele introduza na Igreja, em constante diálogo com o ambiente sócio-eclesial, a nova pregação, a instrumental, que se coloca ao lado da tradicional e oral.
Entretanto, jamais serão excluídos os leigos, que sempre são inseridos sob títulos diferentes na Família Paulina, a começar principalmente pelos cooperadores. Ela nasceu dos cooperadores, tudo começou com a convocação para a oração, o sacrifício e o auxílio dos cooperadores (cf. AD 121-123), com aquela ideia que o próprio Paulo tinha sobre eles, quando se referia aos seus “colaboradores no evangelho” (1Ts 3,2; 2Fm 24; Fl 4,3).
Pe. Ângelo De Simone, ssp.

Conheça os INSTITUTOS PAULINOS DE VIDA SECULAR CONSAGRADA:
Instituto Nossa Senhora da Anunciação (para moças)
Instituto São Gabriel Arcanjo (para moços)
Instituto Santa Família (para casais)
Instituto Jesus Sacerdote (para sacerdotes e bispos diocesanos)

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da Redação

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