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17/08/2015

A glória de Maria vem do Cristo

Por João Paulo da Silva, Postulante Paulino

“É esta resposta total de Maria que ressoa no Evangelho. Ela é a nossa grande intercessora junto do Altíssimo”.

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No dia 16 de agosto, a Igreja celebrou a Solenidade da Assunção de Nossa Senhora, ou Nossa Senhora da Glória. É uma solenidade que trata de recordar a Mãe de Deus como aquela que foi levada aos céus como prêmio para a completude de sua vida santa e obediente a Deus.

Diz o prefácio da solenidade: “Hoje, a Virgem Maria, Mãe de Deus, foi elevada à glória do céu. Aurora e esplendor da Igreja triunfante, ela é consolo e esperança do vosso povo ainda em caminho, pois preservastes da corrupção da morte aquela que gerou de modo inefável o vosso próprio Filho feito homem, autor de toda a vida”. O prefácio é o início da oração eucarística, é rezado antes do “Santo”.

Este trecho destacado do prefácio próprio do dia trata-se de uma verdade de fé, ou seja, um dogma, que foi proclamado pelo Papa Pio XII, no dia 1º de novembro de 1950: “Terminando o curso da sua vida terrena, foi assunta em corpo e alma à glória celestial”. E foi ali, na perfeita glória, que Jesus a esperava.

As leituras de ontem apresentam esta realidade, pois fala inicialmente de uma mulher grávida vestida de sol, que tinha a lua debaixo dos pés e sobre a cabeça uma coroa (Ap 11,19; 12,1-10). É uma imagem que traz consigo a figura da Igreja, mas também a representação de Maria, pois foi nela que se gerou o Cristo, que é a cabeça da Igreja, e foi nela que, como missionária de Deus, a Igreja se realizou plenamente. Pois não existiu exemplo de maior seguidora e de uma mulher que se entregou a Deus sem reservas.

Já Paulo, em sua carta, fala que Cristo ressuscitou dos mortos como primícias dos que morreram, e que na certeza destas primícias todos ressuscitarão (1Cor 15,20-26.28). E assim como o Cristo ressuscitou dos mortos e venceu aquela que nos dominara pelo pecado; entre os cristãos, o primeiro lugar dos que ressuscitarão pertence, sem dúvida nenhuma, à Virgem, que abriu aos homens a porta do paraíso, pois ela mesma acreditou por primeiro, e mostrou ao mundo que foi sempre de Deus, porque jamais conheceu o pecado. Dentre tudo o que foi criado é a única criatura em quem o esplendor da imagem de Deus nunca se viu ofuscado, pois ela é a Imaculada Conceição. E foi nela que Deus encontrou uma resposta total ao seu infinito amor.

É esta resposta total de Maria que ressoa no Evangelho (Lc 1,35-56). Ela é a nossa grande intercessora junto do Altíssimo. Conhecendo a realidade humana, sendo ela também a sofredora do ódio e perseguição de muitos; desterrada, sofre torturas ao ver seu filho agonizando na cruz; porém, ela jamais desistiu de acreditar e jamais deixaria de ajudar àqueles que recorrem ao seu maternal amparo. Cheia de glória, encontra-se esta formosa Rainha, pois, sendo ela merecedora dos céus, quer, também, que todos os seus filhos estejam juntos a ela. E a fórmula que usa para conduzir a todos nós é bem simples, nós a rezamos sempre: Mostrai-nos Jesus!

Voltemos o nosso olhar a Maria, já assunta aos céus. Ela é a certeza e a prova de que os seus filhos estarão um dia com o corpo glorificado junto de Cristo glorioso. A nossa aspiração à vida eterna ganha asas, quando buscamos conhecer e entender este imenso amor que a Virgem Mãe de Deus teve para com o Reino. Ofereçamos nossa vida assim como ela fez e, com certeza, do céu, ela nos volverá seu olhar de ternura, que sempre ampara os que mais necessitam.