Por Centro Vocaional
Carismático, moderno e sempre atento às dinâmicas da cultura do nosso tempo, o Papa Francisco tem colocado no centro de suas reflexões a célula mais importante da nossa sociedade: a família. O Sínodo sobre a família trouxe reflexões importantes para compreendermos o contexto das famílias de hoje com os olhos de hoje. A Exortação Apostólica Amoris Laetitia, sobre o amor na família, coloca em primeiro plano o respeito à família. Com seu olhar carinhoso e escuta sincera dos desafios que vem enfrentando a família no nosso tempo, o Papa Francisco nos mostra que a responsabilidade da Igreja é reavivar a consciência sobre a importância do matrimônio e da família.
Para isso, é fundamental que a Igreja dê um enfoque bastante grande na questão da família. Não se pode tratar da família com superficialidade. As ações realizadas em torno da família devem ser bem fundamentadas, sobretudo no que se refere ao amor, respeito, atenção, cuidado, sentido de pertença, reciprocidade, amizade, diálogo e paciência. Esses são valores que edificam e enaltecem a família em todos os sentidos. Esses valores são imprescindíveis para a superação das crises em todos os âmbitos, de modo especial no âmbito das relações sociais.
Os padres, como representantes de Deus, têm a responsabilidade de exercer o seu ministério como o Bom Pastor, acolhendo e orientando as famílias. Essa tarefa exige cuidado, atenção, empenho e profunda espiritualidade para dizer palavras sábias às famílias. Num momento de profunda crise, não podemos perder tempo, pelo contrário, devemos colocar como prioridade nos caminhos pastorais algumas orientações que levem à construção sólida e fecunda da família. A família está nos planos de Deus. Por isso, ela deve ser guiada com especial luz: a luz de Jesus.
Para isso, muitas coisas precisam ser resolvidas urgentemente dentro da família: a falta de amor, o egoísmo, o individualismo etc. Essas ações devem ser evitadas, pois vêm machucando, gradativamente, as famílias do século XXI. Com isso, os pais se sentem numa encruzilhada, por não saber o que dizer e como corrigir o filho diante dos seus erros. O distanciamento das famílias dos laços familiares é um real perigo alimentado pelo mundo moderno. Segundo o Papa Francisco, a liberdade de escolha é algo que permite a cada pessoa projetar bem a própria vida e cultivar o melhor de si mesma, mas se não houver objetivos nobres e disciplina, tudo desemboca numa incapacidade para a doação.
Como se pode perceber, há um caminho bastante longo para resgatar os valores que foram perdidos, mas os pais não podem se deixar abater por esses desafios. Nenhum pai e nenhuma mãe devem desistir da responsabilidade de cuidar da formação e educação dos filhos. Sem os referenciais básicos, a família continuará sem uma direção e uma orientação segura para se manter. Ela continuará suportando muitas perdas, e quem sofre com isso são os jovens. O caminho a ser seguido pela família no mundo moderno é aquele que exige entrosamento, recomposições e a necessária capacitação dos valores. É na família que se aprendem os verdadeiros valores da vida. Os pais são os primeiros professores e catequistas. Eles devem conceber a família como uma escola de valores. Nela, os filhos aprendem os verdadeiros valores, como o bom uso da liberdade.
A educação dos pais prepara os filhos para a vida; por isso, é um ensinamento recheado de escolhas e posicionamentos. Somente os pais têm propriedades para realizar tão bem essa tarefa e as metas com capacidade de fecundar corações. Um dos ensinamentos mais bonitos passados pelos pais é o convívio social. É fundamental saber relacionar-se com as pessoas. São os pais que capacitam os filhos para a escuta sincera, para a partilha, o respeito, a ajuda e a convivência comunitária. Somos convidados a investir na força educadora da família e a acreditar, principalmente, no seu potencial transformador. Que Maria, Rainha dos Apóstolos, nossa querida Mãe, possa acompanhar e orientar os pais a serem Mestres na arte de ensinar e educar os seus filhos.
