Por Manoel Gomes, Seminarista Paulino
A importante festa da Igreja tem uma função fundamental na vida de fé: reconhecer a presença do Corpo e Sangue de Cristo.
Uma vez a cada ano, nossas ruas se enfeitam com belos tapetes confeccionados com os mais diversos materiais. As imagens representadas são muito bonitas e todas com o mesmo objetivo: servir de passagem para o Santíssimo Sacramento na tradicional procissão que compõe a Solenidade de Corpus Christi.
A festa de Corpus Christi tem sua origem no século XIII e surge como uma afirmação de fé na presença real de Cristo na Eucaristia, ante algumas heresias que negavam essa realidade. A procissão com o Santíssimo foi uma maneira encontrada de se professar publicamente a fé na Eucaristia.
Ao celebrar esta solenidade, temos em mente a Última Ceia, quando Jesus entregou seu corpo e seu sangue, nos sinais do pão e do vinho, como verdadeiro alimento para seus discípulos. Segundo Bento XVI, Corpus Christi “é uma festa instituída para adorar, louvar e agradecer publicamente ao Senhor, que, ‘no Sacramento eucarístico, continua a amar-nos ‘até o fim’, até a doação do seu corpo e do seu sangue’”.
Não devemos esquecer, no entanto, que todo culto eucarístico está intimamente ligado àquilo que celebramos na Missa. Não há contraposição ou substituição. A Eucaristia celebrada e partilhada é o auge da vida de toda a Igreja. Por isso dizemos que ela constitui a origem e o fim de todo e qualquer culto prestado fora da missa.
É necessário fazer com que esta celebração não seja reduzida a simples evento festivo com uma bela decoração. Não se deve pensar somente em organizar grandes procissões, mas buscar formas de levar cada fiel que delas participam a um encontro verdadeiro com Cristo, que se dá no pão e no vinho. É importante que haja a consciência de que se testemunha publicamente aquilo que se vive interiormente. Sem vida de intimidade com Cristo, todo culto torna-se um enfadonho teatro.
Que nesta celebração possamos aumentar nosso amor ao Santíssimo Sacramento e nos esforcemos para viver de acordo com as lições que Cristo nos oferece doando-se totalmente nas espécies eucarísticas. Quanto mais adentrarmos no sentido dessa celebração, exclamaremos com Santo Tomás de Aquino: “Poderia haver algo de mais admirável que este sacramento?”.
