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11/04/2016

Sair de si ao encontro do outro é experiência da gratuidade

Por Centro Vocacional

wanderer-455338_960_720Sair de si para ir ao encontro do outro é o caminho que deve ser seguido por todos os cristãos. Nossa missão é portadora de vida. Por isso, é belo pensar a vida humana como um caminho de partilha e de solidariedade. Desde quando nascemos, somos caminhantes. O nosso caminho faz parte de uma construção pessoal e coletiva. Um dos grandes desafios da nossa vida é o caminho de sair de nós mesmos para irmos ao encontro dos outros. Para trilharmos a cultura do encontro, é preciso superar a barreira da indiferença que nos impede de enxergar os talentos e riquezas que o outro também tem para nos oferecer.

Na verdade, um dos grandes problemas que enfrentamos nos dias de hoje é a indiferença ou a autorreferencialidade. Seguindo esse caminho e olhando o mundo e a vida a partir de nós mesmos, ignoramos as coisas que acontecem ao nosso redor. Isso significa que nosso projeto de vida está pautado num individualismo muito grande. O império do individualismo toma conta da nossa vida: meus valores, minha cultura, minha vida, minhas preocupações, meu projeto de vida etc. Esse caminho nos leva a uma frustração muito grande.

Quando fechamos a nossa vida interior em torno de nossos próprios interesses, fechamos o espaço para os outros, não ouvimos a voz de Deus, não desfrutamos do dom da alegria do seu amor e tão pouco ouvimos a sua voz. Tudo está fechado. Mas o que realmente nos leva ao encontro do outro? Segundo o papa Francisco, é o dom da acolhida. Temos que saber acolher as pessoas em nosso meio. Uma pessoa fechada e com o rosto triste não está preparada para acolher ninguém. É importante ressaltar que a acolhida é dom gratuito do amor de Deus. Com certeza, se fizermos bem a experiência do amor gratuito de Deus em nossa vida, estaremos preparados para acolher o outro, devolvendo parte desse amor, que é sentido de vida plena.

Se olharmos para o caminho de Jesus, ele nunca se cansou de olhar as pessoas, se aproximar deles e caminhar com elas. Isso nos mostra que seu testemunho de vida passou pelo viés da descentralização. Jesus é o homem-Deus apaixonado pelas criaturas, pelo Reino, pelos sofredores e excluídos da sociedade. Sua missão foi curar e libertar as pessoas de todos os tipos de enfermidades. Isso nos mostra o quanto Jesus se aproximou das pessoas. Por meio de seus gestos e ensinamentos, Jesus nos revela o verdadeiro rosto do ser humano que se deixa interpelar pelo outro.

Para que o ser humano possa promover a verdadeira cultura do encontro, é preciso olhar Jesus. Que as atitudes e gestos de Jesus nos ajudem a nunca buscar o primeiro lugar, a nunca nos considerar melhores que os outros; pelo contrário, que a humildade, simplicidade, acolhida e o dom do serviço aos outros estejam sempre presentes em nosso projeto de vida.