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16/06/2015

O mundo vive maior crise de refugiados desde a Segunda Guerra Mundial, afirma ONG

Por Centro Vocacional, com Unisinos

Como lidar com as imigrações em um período tão difícil de guerra e de fome?

imigramat

Em um relatório divulgado ontem, 15, pela ONG Anistia Internacional, atualmente o mundo passa por um “fracasso vergonhoso” em enfrentar o problema da imigração ilegal e alerta que a situação tornou-se um dos maiores desafios do século 21: “Nenhum país deve ser deixado sozinho”. Segundo a instituição, o mundo encontra-se diante do que chamou de “a pior crise de refugiados desde a Segunda Guerra Mundial”. Esse fracasso condena milhões de pessoas a um sofrimento insuportável e leva milhares à morte.

 “Somos testemunhas da pior crise de refugiados da nossa era, com milhões de homens, mulheres e crianças lutando para sobreviver a guerras brutais e redes de tráfico de pessoas, e governos que perseguem interesses políticos egoístas em vez de demonstrarem compaixão”, afirmou Salil Shetty, Secretário-geral da ONG.

Esta situação é algo a ser refletido pelos países. O Brasil, por exemplo, tem recebido inúmeros imigrantes vindos da Bolívia e do Haiti, que vêm em busca de trabalho e de uma vida melhor; o mesmo acontece com os países que estão passando por guerras civis ou enfrentando situações de extrema pobreza. No relatório apresentado pela Anistia Internacional, existem diversas recomendações para que se possa ajudar os refugiados. Desde a criação de um fundo para o auxílio, até a adoção de um compromisso coletivo para a reinstalação de um milhão de refugiados nos próximos quatro anos.

Segundo a ONG, a situação é especialmente desesperada para os quatro milhões de refugiados da Síria, a maioria dos quais (95%) vive em cinco países vizinhos – Turquia, Líbano, Jordânia, Iraque e Egito – que estão sobrecarregados com esse afluxo. “Nenhum país deve ser deixado sozinho perante uma crise humanitária de grandes proporções simplesmente porque partilha uma fronteira com um país em guerra”, disse Shetty.

A organização adverte que muitos sírios, perante a reduzida assistência humanitária que recebem nos países onde se encontram e a falta de perspectivas de regressar para casa, provavelmente tentarão chegar à Europa através do Mediterrâneo, “a rota marítima mais perigosa”. Em 2014, 219 mil pessoas cruzaram o Mediterrâneo em “condições extremamente perigosas”, e ao menos 3.500 morreram.

A organização saúda a decisão europeia de reforçar a operação Triton, mas apela para mais medidas, especialmente a criação de mais vias de imigração legal.

O relatório afirma ainda que há mais de três milhões de refugiados na África subsaariana. Ao fluxo originário de países que já estão há anos em crise, como o Sudão, o Congo e a Somália, somam-se centenas de milhares de pessoas que tiveram de deixar países como o Sudão do Sul, a República Centro-Africana, a Nigéria e o Burundi.