Por Pe. Antonio Iraildo Alves de Brito, ssp
O Evangelho de hoje faz parte da narrativa sobre o encontro entre Jesus e Nicodemos, e o trecho trata do “projeto divino de salvação”. Nicodemos era um fariseu respeitado e instruído na Lei (cf. Jo 7,50-52). Ele sentiu a necessidade de buscar a orientação de Jesus, reconhecendo-o como um mestre vindo de Deus.
O encontro se deu à noite. Para o evangelista João, o ambiente noturno é símbolo da dúvida, do pecado e até da morte. Nicodemos tem dúvidas e deseja iluminá-las.
A escuridão da noite pode ser interpretada também como a treva espiritual que, por vezes, paira sobre a humanidade. Nicodemos, apesar de sua posição e conhecimento religioso, sentiu a necessidade de ir além das tradições estabelecidas e buscar compreender com profundidade o dom divino da salvação.
Nessa parte do diálogo, é destacado o dom do amor incondicional de Deus. Jesus fala sobre o amor divino pelo mundo e sobre o sacrifício do Filho para a salvação da humanidade. Tal mensagem revela a compaixão de Deus e a oferta da redenção a todos.
Esse encontro nos lembra da importância da humildade e da disposição de aprender. Apesar de sua posição como líder religioso, Nicodemos se dispõe a encontrar Jesus, reconhece sua própria falta de compreensão e busca conhecimento e sabedoria. A atitude de abertura e humildade é essencial para o crescimento espiritual e o encontro com a verdade.
Somos desafiados a ir além das formalidades religiosas, questionar nossas crenças arraigadas e abrir nosso coração e mente para uma transformação interior. Assim, podemos experimentar a verdadeira comunhão com Deus e viver uma vida de amor, graça e compaixão.
Neste tempo da Quaresma, abramos nosso coração ao amor misericordioso. Que nossos gestos e palavras sejam inspirados em Jesus Cristo. A meditação da Palavra seja guiada pelo Espírito Santo, que é o vínculo perfeito do amor. A vida tem sentido quando deixamos que Deus seja tudo em nós.
Publicado em 10 de março de 2024 – Liturgia Diária – Ano 33 • N° 387
