Por Dom Valdir José de Castro, ssp - Bispo diocesano de Campo Limpo (SP)
É Páscoa, e o Evangelho deste domingo narra a ressurreição de Jesus segundo João. Inicia-se contando que, no primeiro dia da semana, Maria Madalena vai ao sepulcro de madrugada, quando ainda estava escuro, e encontra a pedra retirada do túmulo onde haviam sepultado Jesus. Não entende o que aconteceu. De fato, é esta a informação que ela passa aos discípulos: “Tiraram do túmulo o Senhor, e não sabemos onde o colocaram” (Jo 20,2). Não só a manhã é escura, mas também sua compreensão acerca da ressurreição de Jesus.
Um dos dois discípulos informados por Madalena, Simão Pedro entra no sepulcro vazio, vê os panos de linho estendidos no chão e o sudário, e também não entende. Não é por acaso que o trecho do Evangelho termina afirmando que ainda não tinham compreendido a Escritura, segundo a qual Jesus devia ressurgir dos mortos. Somente o “discípulo amado”, que foi com Pedro até o sepulcro, “viu e acreditou” – demonstrando que aquele que ama está em grau de ver e crer!
A luz da compreensão brilhará para Simão Pedro e Maria Madalena, quando terão a alegria de se deixarem tocar no coração pelo amor do Ressuscitado, no encontro pessoal com ele. Então sentirão sua presença viva, passando pela experiência de que crer não é simplesmente pensar no Ressuscitado, mas senti-lo.
Essa passagem evangélica ilumina este dia de Páscoa e o nosso caminho de fé, uma vez que nós também estamos em busca de Jesus ressuscitado. É na abertura do coração à sua Palavra, ao seu amor e à sua misericórdia que sentiremos que ele está vivo no meio de nós. Na adesão ao seu projeto de “vida para todos” é que nos sentiremos unidos a ele e prontos para fazer nossa parte na construção de um mundo mais humano, justo e fraterno.
Publicado em 31 de março de 2024 – Liturgia Diária – Ano 33 • N° 387
