Por Paulo Machado, Seminarista Paulino
Graça e Paz!
Na Exortação Apostólica sobre a santidade no mundo atual (Gaudete et Exsultate), capítulo III, o Papa Francisco nos traz Jesus Mestre como modelo de santidade no mundo atual à luz das bem-aventuranças. Sabemos que o Mestre nos ensina através das bem-aventuranças as virtudes necessárias para alcançarmos o céu. A mensagem que a princípio foi direcionada aos discípulos e depois às multidões, hoje é direcionada a cada um de nós.
Falando em santidade, sabemos que Jesus não impõe nada, mas revela o caminho para a felicidade. É nesta perspectiva que o Papa Francisco em sua exortação apostólica nos convida a assumirmos com fidelidade a “carteira de identidade do cristão”.
“[…] esta é a nossa carteira de identidade –, porque delineiam a face do próprio Jesus, o seu estilo de vida” (AUDIÊNCIA GERAL, quarta-feira, 29/01, realizada na Sala Paulo VI). Para Francisco: “Ser pobre no coração, reagir com humilde mansidão, saber chorar com os outros, buscar a justiça com fome e sede, olhar e agir com misericórdia, manter o coração limpo de tudo o que mancha o amor e semear a paz ao nosso redor, são exemplos de santidade” (Gaudete et Exsultate, n. 74-89). Atitudes simples que no cotidiano deixamos de perceber a necessidade dos nossos irmãos e irmãs que sofrem diariamente. Encontramos, hoje, muitas pessoas necessitadas de amor e carinho, e muito mais que isso, é necessário fazer o apostolado da escuta, mesmo em meio a essa agitação do dia a dia. Sabe-se, porém, que é difícil escutar o outro. Contudo, o abraço e o sorriso tornaram-se também difíceis (antes da pandemia do coronavírus). Os santos eram pessoas sensíveis aos sinais de sua época, imbuídos pela graça de Deus sabiam que para chegar ao céu era preciso ter coragem e uma autêntica caridade.
Ser santo no mundo de hoje não é fácil, porém, não é impossível porque contamos com a graça divina e com os modelos de santidade próximos a nós como Santa Dulce dos Pobres, o Bem-Aventurado Carlo Acutis, São João Paulo II entre outros que observaram com amor os ensinamentos do Mestre e abraçaram com ardor a proposta do Reino, avançando para as águas mais profundas e “pescando” para Deus muitos irmãos e irmãs que hoje se encontram sem esperança e aflitos. Que a exemplo desses santos e santas que, ao longo dos séculos se destacaram em fazer o bem, cada um à sua maneira e carisma – mostrem para nós hoje que é possível alcançar o céu, que podemos seguir os passos do Mestre, deixando nosso ego de lado e abraçando todas as possibilidades que hoje temos para comunicar um Deus que ama a todos e convida a todos a almejar o Reino dos Céus. “As bem-aventuranças traçam a imagem de Cristo e descrevem sua caridade: exprimem a vocação dos fiéis associados à glória da sua paixão e ressurreição; iluminam as ações e atitudes características da vida cristã; são promessas paradoxais que sustentam a esperança nas tribulações; anunciam as bênçãos e recompensas já veladamente antecipadas aos discípulos; são iniciadas na vida da Virgem Maria e de todos os santos” (CIC, 1717).
